Não há evidências de danos psicológicos relacionados ao uso do Facebook, diz estudo

O estudo desafia a crença comum de que o Facebook é prejudicial para o bem-estar mental, ressaltando a importância de uma análise mais abrangente sobre os efeitos da mídia social.

Adnews

09.08.2023

Não há evidências de danos psicológicos relacionados ao uso do Facebook, diz estudo

Um estudo do Oxford Internet Institute (OII) analisou como o bem-estar mudou em 72 países à medida que o uso do Facebook cresceu, e concluiu que não há evidências de que a disseminação global da plataforma de mídia social da Meta esteja ligada a danos psicológicos generalizados. Isso contraria a crença comum de que a plataforma é psicologicamente prejudicial, argumentam os pesquisadores.

Vários países, incluindo o Reino Unido, estão considerando uma legislação para proteger os usuários de mídia social de danos online. A empresa de Mark Zuckerberg enfrentou uma investigação após depoimentos e reportagens da imprensa baseadas em vazamentos, que sugeriam que pesquisas da própria empresa apontavam para impactos negativos sobre alguns usuários.

O estudo do OII analisou apenas o Facebook e não as outras plataformas da Meta, que incluem o Instagram. O professor Andrew Przybylski, do OII, disse à BBC que o estudo tentou explicar como fica o bem-estar das populações dos países com o avanço das redes sociais.

É comum pensar que isso é ruim para o bem-estar. Mas, os dados que reunimos e que analisamos não mostraram que esse era o caso, disse Przybylski.

Trabalhos anteriores do Instituto, realizados pelo professor Przybylski, também encontraram pouca associação entre o uso de tecnologia por adolescentes e problemas de saúde mental. Mas, o relatório analisou apenas o impacto geral do uso do Facebook em nível nacional, sem levar em conta o impacto do uso do Facebook entre pessoas com vulnerabilidades específicas. A pesquisa também não se aprofundou para examinar os riscos apresentados por certos tipos de conteúdo, como materiais que promove automutilação.

Para o professor, a principal lição política do estudo foi que os pesquisadores precisavam ter acesso a melhores dados de empresas de tecnologia para responder a perguntas sobre o efeito da mídia social.

O Online Safety Bill (OSB) do Reino Unido está nos estágios finais de sua jornada parlamentar para se tornar lei. Ele é projetado para proteger as pessoas de danos online. Mas, a professora Sonia Livingstone, da London School of Economics, alertou que a relevância do estudo para o OSB era limitada. Enquanto ele prioriza a proteção das crianças, a pesquisa não olha para os jovens como um grupo separado, e em geral, as crianças não estão usando o Facebook.

A ampla crítica dos autores que as ansiedades do tempo de tela não são muito apoiadas por evidências robustas é justa. No entanto, o estudo relatado aqui é tão geral que é de pouca utilidade para os atuais debates regulatórios ou clínicos, disse.

Mas, ela apoiou o apelo dos autores por mais pesquisas baseadas no acesso aos dados. A pesquisa revisada por pares do Prof. Przybylski e do coautor Matti Vuorre é baseada em uma grande quantidade de dados fornecidos pelo Facebook. Ambos os pesquisadores são independentes da empresa, e a pesquisa não foi financiada pela gigante da tecnologia.

O Facebook forneceu aos pesquisadores dados que mostram como o número de usuários em cada país cresceu entre 2008 e 2019, divididos em duas faixas etárias: 13-34 e mais de 35. A equipe do OII comparou esses dados com alguns sobre bem-estar, representando quase um milhão de pessoas, registrados pela Gallup World Poll Survey. No geral, os pesquisadores dizem que não encontraram evidências de que o aumento da adoção da mídia social esteja relacionado a um efeito negativo no bem-estar psicológico.

O professor Peter Etchells, professor de Psicologia e Comunicação Científica na Bath Spa University, disse que o estudo foi fascinante. Mas, ele disse também, como os autores deixam claro, que não informou nada sobre causa e efeito. No entanto, mostrou o valor das empresas de tecnologia abrindo suas portas para pesquisadores, observou ele.

Já a Meta, dona do Facebook, disse esperar que o estudo inédito, usando dados internos de uma empresa de mídia social, leve a conversas produtivas com formuladores de políticas, pais e acadêmicos.

* Com informações da BBC

 

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