Quanto custa às agências brasileiras ir ao Cannes Lions?

Uma simples foto com uma equipe de dez pessoas no palco do Cannes Lions pode representar um investimento superior a meio milhão de reais, apenas em custos diretos. A estimativa…

Adnews

23.06.2025

Quanto custa às agências brasileiras ir ao Cannes Lions?

Uma simples foto com uma equipe de dez pessoas no palco do Cannes Lions pode representar um investimento superior a meio milhão de reais, apenas em custos diretos. A estimativa foi detalhada por Domenico Massareto, investidor e empreendedor de marketing e tecnologia e ex-jurado do Cannes Lions em três edições, em publicação recente no LinkedIn.

Segundo Massareto, os valores individuais incluem:

  • Inscrição: €4 mil

  • Passagem aérea: €1.200

  • Hospedagem (sem luxo): €2.100

  • Alimentação (sem rosé): €1.100

  • Transporte local: €200

Convertido para reais, o custo por pessoa chega a R$ 54.438, totalizando R$ 544.380 para uma equipe de dez integrantes.

No entanto, ele ressalta que apenas estar presente não basta: para subir ao palco é preciso vencer — e, para vencer, é necessário investir em volume de inscrições. Com base na experiência como jurado, Massareto explica que uma agência precisa inscrever, no mínimo, cinco trabalhos em múltiplas categorias, com uma média de cinco inscrições por case. Com custo médio de €1.050 por inscrição, esse montante representa cerca de R$ 166.162,50.

Somando-se às despesas da viagem, o investimento alcança R$ 710.542,50 — ainda sem considerar as horas de criação, produção e preparação dos cases, nem o tempo de trabalho da equipe durante o evento. Com esses adicionais, o custo total da participação de uma agência pode ultrapassar R$ 3 milhões.

Massareto, que soma mais de 45 Leões conquistados ao longo da carreira, esclarece que esse investimento geralmente é retirado da verba destinada à promoção institucional da agência. Para ele, trata-se da “publicidade da agência de publicidade”. Caso a agência seja premiada, os efeitos positivos se estendem para além da visibilidade no festival: envolvem promoção local e global da marca, atração de talentos, fortalecimento da área de novos negócios e até impacto no valor das ações das holdings do setor.

A publicação gerou ampla repercussão no setor, com profissionais destacando aspectos que extrapolam os custos diretos. Nos comentários, mencionaram-se ainda despesas como festas oferecidas pelas agências a clientes, jantares de celebração com produtoras e o impacto indireto desse investimento em questões internas — como a remuneração de equipes e as prioridades orçamentárias. Também surgiram críticas ao modelo atual, que muitos consideram insustentável ou desconectado da realidade do mercado, além de debates sobre o retorno efetivo para clientes e o espaço ocupado por campanhas não veiculadas.

Apesar dos altos custos, Massareto conclui que, para agências full service de grande porte, o retorno tende a justificar o investimento. Já para agências especializadas, a equação pode ser diferente. Confira:

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