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Um novo levantamento da YouGov, multinacional especializada em pesquisa de mercado online, realizada em 18 mercados internacionais, mostra quais setores da economia temem ser substituídos total ou parcialmente pela Inteligência Artificial. A manufatura é o setor que mais tem esse receio, com 19,2% dos funcionários acreditando que a IA será capaz de realizar a maioria de suas tarefas. Tecnologia da Informação e Telecomunicações ocupam o segundo lugar entre os mais assustados com essa possibilidade, com 16,5%.

No lado oposto, os médicos e funcionários do setor de Transporte e Distribuição são os mais confiantes de que a IA não vai poder substituí-los em nenhum momento. Nestes setores, 27,5% e 24,5% dos funcionários, respectivamente, afirmam que a IA não será capaz de realizar suas tarefas ou as de seus colegas de forma satisfatória. É preciso destacar que, globalmente e em todas as indústrias, 37,8% das pessoas não sabem qual é o futuro da tecnologia.

“Vale considerar também que nem todo mundo tem medo da IA. Quase três em cada 10 funcionários do setor de Mídia e Publicidade, bem como um quarto dos trabalhadores do setor Jurídico, afirmam que ela poderia realizar algumas tarefas complementares ao seu trabalho em vez de substituir suas atividades diretas”, acrescenta David Eastman, diretor-geral e comercial da YouGov na América Latina.

Otimismo semelhante existe no setor de Serviços Financeiros, onde quase 10% das pessoas acredita que tais programas vão substituir, parcial ou totalmente, outros funcionários de sua empresa, mas não as suas tarefas.

Ainda nem chegou!

A pesquisa da YouGov também revela que poucas empresas já estão implementando ou considerando implementar a IA em seus negócios. Globalmente, 31,5% das pessoas dizem que a IA não está sendo usada, não está sendo planejada e não está sendo discutida para possíveis aplicações. Outros 33,4% dizem que não têm ideia se o tópico está sendo mencionado ou considerado pelos líderes da empresa. Isso significa que, potencialmente, 64,8% das pessoas que trabalham em organizações ainda não têm planos para IA.

Aqueles que estão vendo implementações de IA em seus locais de trabalho, pelo menos com mais frequência do que outros setores, são os trabalhadores do setor de TI e Telecomunicações: 22,3% afirmam que eles próprios, seus colegas ou outros colaboradores da organização estão usando esses programas no dia a dia. Mais de 18% dos profissionais dos setores de Mídia e Publicidade e de Manufatura afirmam o mesmo.

Eastman acrescenta que há uma relação clara entre o ceticismo dos funcionários em relação aos usos da IA em seu setor e o fato de haver ou não conversas sobre uma possível implementação. Por exemplo, conforme mencionado acima, os trabalhadores dos setores Médico e de Transportes são os que mais duvidam que a IA possa substituir suas atividades ou as dos seus colegas. Da mesma forma, 42,2% e 35,9% dos funcionários desses setores, respectivamente, dizem que nenhum programa desse tipo está sendo usado, planejado ou discutido, os percentuais mais altos do estudo fora o setor Imobiliário.

Medo generalizado da IA

Embora alguns consumidores estejam pensando ativamente em como empregar recursos de IA dentro dos seus espaços de trabalho, o consenso global continua sendo de medo, e até mesmo rejeição da tecnologia. Isso é particularmente verdadeiro em atividades, funções e trabalhos que envolvem tarefas repetitivas: mais de um quarto da população, de acordo com uma pesquisa realizada pela Surveys em março passado, acredita que a IA será capaz de fazer um trabalho melhor do que os humanos em suporte técnico, desenvolvimento de softwares, criação de cópias de sites e contabilidade nos próximos cinco anos.

E, em geral, a possibilidade de que os robôs e os programas de IA possam “roubar os empregos das pessoas” é um temor recorrente. Mais da metade da população está muito ou um pouco preocupada com a possibilidade de a Inteligência Artificial substituir empregos. 

“Um número semelhante está preocupado com o fato de os robôs roubarem os empregos das pessoas ou com as possibilidades de programas generativos, como o ChatGPT. A única coisa que gera mais medo do que essas possibilidades é a desinformação”, conclui o diretor da YouGov.

Tá sabendo?

Existe um risco real para a humanidade com o avanço desenfreado da Inteligência Artificial. Não foi à toa que o próprio Elon Musk assinou uma carta aberta, em conjunto com outras 2 mil pessoas, para frear seu desenvolvimento. Isso, sem contar o fato do Chat GPT estar proibido na Itália desde março deste ano, por conta de falhas na proteção de informações pessoais dos usuários da versão premium do chatbot.

Além disso, vários países, incluindo o Brasil, já iniciaram discussões para regulamentar as IAs, havendo respeito com a população que realmente perder o emprego para a tecnologia. No caso do nosso país, pontos como direitos humanos, privacidade e valores democráticos estão entre os focos do debate.

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