Skip to main content

O Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de São Paulo (Sinapro-SP) anunciou a contratação de Patricia Alexandre como diretora executiva. Após 35 anos de carreira, buscando mudar de área profissional e convidada pelo presidente do Sindicato, Roberto Tourinho, ela chega para implementar mais diversidade e inclusão no mundo das agências.

O meu objetivo é que a gente possa trazer diversidade e inclusão. Percebemos que hoje, no mercado, essa questão vem crescendo a cada dia, é um caminho sem volta. As agências estão caminhando para isso, mas muitas ainda não sabem como fazer, afirma Patricia.

Atualmente, as agências maiores, como multinacionais, já possuem áreas exclusivas para diversidade. Já em agências menores, não existem departamentos específicos, e muitas vezes, nem há condições de ter. Por isso, o Sinapro-SP busca ajudar e fazer a interação entre grandes e pequenas agências, para que juntas, consigam acelerar a diversidade no mundo publicitário.

Patricia atua na área de Recursos Humanos há 35 anos e já trabalhou em empresas como GOL, Dentsu Internacional, Ericsson Telecomunicações e Tintas MC, além de trabalhar em indústrias gráficas, construção civil e quase nove anos em agências de publicidade. Antes de chegar ao Sinapro-SP, Patricia estava trabalhando na Kavak, startup de compra e venda de veículos.

Apesar da grande experiência da executiva no mercado, nem sempre foi possível trabalhar a diversidade, porém aos poucos, essa realidade está mudando.

Eu sou uma mulher preta, da periferia de São Paulo, e sempre batalhei muito para chegar onde cheguei, porque eu sempre tinha que ser melhor do que os outros. Sempre que tinha uma oportunidade, se tivesse uma pessoa branca, eu perderia, principalmente se fosse um homem. Eu vejo que isso mudou no mercado depois da morte de George Floyd, mas até então, não existia essa questão de diversidade nas empresas. A gente conseguia muito por capacidade mesmo, porque a cor da pele, por exemplo, não define sua competência, conta a diretora executiva.

Em paralelo, Patricia acredita que melhorando essas questões no segmento da publicidade, a sociedade também será impactada positivamente, e que se um negócio tem diversidade, ele entrega um melhor produto para o cliente, promovendo, além disso, discussões e novas ideias.

De acordo com uma pesquisa da Adobe, 38% das pessoas participantes preferem consumir produtos e serviços de marcas que mostram diversidade nos anúncios, e 34% boicotaram marcas pelo menos uma vez por não se sentirem representadas. Outro estudo, da Associação Paulista de Supermercados (APAS), indica que 95% dos brasileiros dão prioridade para produtos e serviços de empresas que investem em práticas ESG.

A nova diretora executiva ainda não tem um projeto concreto, mas juntamente com o Sinapro-SP, já tem algumas ideias que estão sendo trabalhadas com o Observatório da Diversidade, associação composta por 27 agências de publicidade que abordam justamente essa questão.

Está sendo muito diferente, porque em 35 anos de RH, eu nunca me sentei em uma cadeira de diretor. Receber essa proposta vinda do Roberto, um homem branco, me mostra o reconhecimento do meu trabalho. Fiquei muito feliz e só tenho a agradecer, ressalta.

* Com supervisão de Jéssica Bitencourt | Foto de capa: Acervo Pessoal

 

Acompanhe o Adnews no InstagramLinkedIn e Threads. #WhereTransformationHappens ????