SpaceX, Dish Network e outros provedores 5G estão travando uma batalha intensa sobre frequências de rádio, que a SpaceX diz que precisa para seu serviço de internet orbital, Starlink, e que a Dish diz que precisa para seus próprios clientes.
A SpaceX está alegando que, se os reguladores federais permitirem que as redes sem fio 5G usem uma certa banda de espectro, isso poderá causar interrupções generalizadas para seus clientes de Internet Starlink. Espectro, nesse caso, refere-se a uma gama de frequências de rádio. Os reguladores federais protegem de perto quais empresas estão autorizadas a usar quais frequências para que os sinais não interfiram uns nos outros.Em um comunicado, a SpaceX teve como alvo a Dish Network, que, embora conhecida principalmente como uma empresa de TV por satélite, também possui uma rede de celular.
A SpaceX alega que a Dish tentou “enganar” a Comissão Federal de Comunicações, que aloca o uso do espectro entre empresas de telecomunicações, e apresentou uma “análise defeituosa” na tentativa de provar que permitir que a Dish expandisse sua rede 5G não afetaria os usuários da Starlink. Quando procurado para comentar, a Dish disse apenas que seus “engenheiros especialistas estão avaliando as alegações da SpaceX no arquivamento“.
Na raiz do impasse está a banda de 12 GHz, uma fatia de frequências de rádio que são usadas principalmente para serviços como Starlink e seu concorrente de internet via satélite OneWeb.Em uma carta inflamada à FCC, o diretor sênior de política de satélites da SpaceX, David Goldstein, escreve que “nenhum engenheiro razoável” poderia acreditar nos estudos apresentados pela Dish e seus aliados. Ele também insta a FCC a investigar se a Dish Network e o RS Access, outro provedor sem fio, “preencheram relatórios intencionalmente enganosos”.
A SpaceX realizou sua própria análise que afirma “corrigir algumas das suposições flagrantes” feitas nos estudos da Dish e do RS Access. Em um comunicado, a empresa disse:
“Se os esforços de lobby da Dish forem bem-sucedidos, nosso estudo mostra que os clientes do Starlink sofrerão interferência prejudicial em mais de 77% do tempo e interrupção total do serviço em 74% do tempo, tornando o Starlink inutilizável para a maioria dos americanos.”
A Coalizão 5Gfor12GHz – um grupo de partes interessadas do setor que inclui provedores sem fio como a Dish – disse que seus engenheiros também estão revisando o arquivamento “em profundidade” e “continuam comprometidos em trabalhar de boa fé com a FCC e as partes interessadas para garantir que o público americano esteja capaz de colher os imensos benefícios dos serviços 5G nesta banda.“
A Coalizão apontou para um estudo realizado por uma empresa independente que descobriu que 99,85% dos clientes que usam Starlink e serviços similares “experimentarão 0 interferência prejudicial com 5G”. A FCC não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. A presidente da FCC, Jessica Rosenworcel, uma democrata, chamou este caso de “um dos processos mais complexos que temos” em uma audiência na Câmara em março. Segundo ela:
“Vai exigir muito trabalho técnico para garantir que as ondas de rádio possam acomodar todos esses usos diferentes sem interferência prejudicial”, Posso garantir que temos nossos melhores engenheiros avaliando isso agora.”
Batalhas de direitos de espectro como esta não são novidade. As empresas de satélite e de telecomunicações frequentemente lutam entre si pelo que consideram as bandas de espectro mais desejáveis. O impasse atual sobre a banda de espectro de 12 GHz vem acontecendo há mais de um ano, e é uma questão separada das batalhas 5G sobre o espectro da banda C ou um susto recente sobre interferência com aviões .
A Dish já atacou a SpaceX, dizendo que seus planos de colocar terminais Starlink em veículos em movimento são ilegais e podem interferir nos clientes de TV via satélite da Dish. A empresa tinha cerca de 8,2 milhões de assinantes sem fio em maio e espera expandir drasticamente esse negócio. Registros públicos revelaram no início deste ano que a SpaceX tem mais de 400.000 clientes Starlink em todo o mundo.
Essa matéria é uma tradução da escrita por Jackie Wattles para o site CNN Business.
Quer saber mais sobre as novidades? Não deixe de seguir o ADNEWS nas redes sociais e fique por dentro de tudo!
