Skip to main content

A Squid, empresa de tecnologia líder em marketing de influência baseado em dados, realizou um censo a respeito dos criadores de conteúdo no Brasil. Também chamados por muitos de influenciadores, esse é um mercado que tem crescido cada vez mais, principalmente quando olhamos pela ótica da publicidade, em que os novos nomes que dominam as redes sociais tem um alcance gigantesco.

Na pesquisa realizada pela Squid, alguns dados são mais do que interessantes. Primeiramente, é importante citar que o número desses criadores no Brasil ainda não é uma certeza, podendo chegar até a 9 milhões de pessoas tentando ingressar em alguns nichos utilizando de suas imagens nas redes.

Já quando se pensa no gênero desses profissionais, as mulheres dominam com vantagem. Segundo a pesquisa, elas representam 74,7% desse espaço. Ainda no campo demográfico, a região é um destaque a ser levado em consideração. O sudeste é o grande centro de criadores de conteúdo digital, com 61% deles se concentrando na região. O norte é o que fica mais atrás, com apenas 3%.

Infelizmente, quando se fala em diversidade, principalmente racial, os criadores de conteúdo não se destacam ainda no Brasil. Quase metade deles é composta por pessoas brancas, 49%. A idade, por outro lado, parece ter indicadores diferenciados. Embora os Millenials, de 30 a 39 anos ocupem 36% da população pesquisada, os Zennials, de 24 a 29 anos, tem uma boa ocupação, de 26%. A geração X, acima de 40 anos, ainda conquista 17% do espaço.

Beauty influencer, vlogger or podcast host teaching with a phone to film live stream makeup tutoria.

E claro, quando se fala de criação de conteúdo, se pensa na quantidade de público que esses profissionais podem alcançar. Segundo a Squid, 41% deles tem um público estimado em 10 mil pessoas. Os gigantes do mercado, que conquistam mais de 1 milhão de seguidores, são a minoria dessa pirâmide, sendo apenas 1,3%.

Para explicar melhor a realidade por trás dos criadores de conteúdo e o que a Squid pretende fazer através desses dados, o Adnews chamou alguém que entende muito do assunto. Felipe Oliva, CEO da empresa, bateu um papo com a gente, contando mais sobre o que esses dados querem dizer e qual o futuro do marketing de influência no Brasil.

Confira a entrevista com Felipe Oliva, CEO da Squid:

Felipe Oliva, CEO da Squid

De onde surgiu a ideia de fazer essa pesquisa? E como ela vai influenciar o direcionamento da Squid em relação aos criadores de conteúdo?

Felipe: Nós temos, atualmente, mais de 200 mil influenciadores vinculados em nossa plataforma. Nós sempre tivemos muitos dados, e sempre os utilizamos para os nossos negócios, mas agora percebemos o mercado mais maduro e, para evoluir, era preciso termos mais dados. Esse deve ser um relatório que acontecerá anualmente, para ver e acompanhar a evolução da imagem dos criadores de conteúdo no Brasil.

Uma das provocações da pesquisa é o quanto esse mercado vem crescendo no mundo, mas o quanto ainda existe de desigualdade dentro desse mercado. Então, a Squid faz e planeja fazer a diferença no futuro, e como distribuir melhor essa renda. Também sentimos falta de diversidade. Nós, como categoria, vamos ter que parar e refletir sobre como evoluir.

Da onde surgiu a ideia de trocar o termo “influenciador” por “criador de conteúdo”?

Felipe: Quando nós falamos em influenciador digital, nós acreditamos que vemos apenas uma dimensão desse criador de conteúdo, o poder que ele tem de influenciar. Nós queremos trazer a ideia de que isso é uma consequência.

O criador de conteúdo é uma pessoa que produz conteúdo nas redes sociais. Quando ele consegue ter uma audiência, somar as duas coisas, é quando ele consegue de fato influenciar. Muitas vezes, ele pode ter uma audiência pequena, mas ainda assim, ele já tem uma base e ele já produz o próprio conteúdo. Ao usar o nome criador, nós queremos focar nas várias habilidades que ele tem, e não apenas na influencia

Como a Squid enxerga o quadro da diversidade? Vocês vêem potencial para diferentes criadores de conteúdo crescerem no mercado?

Felipe: Você ainda encontra uma quantidade de conteúdos pretos, por exemplo. Isso é um dos aspectos que nós devemos nos perguntar. Por que nós, como categoria, não estamos conseguindo trazer mais diversidade? Essa é uma bandeira que nós levantamos há vários anos, a comunicação tem que ser cada vez mais inclusiva e diversa, trazendo nas campanhas os diferentes públicos que nós temos, isso é muito importante. Isso faz, inclusive, com que a empresa se comunique com vários públicos diferentes.

Tem muitos criadores de conteúdo menores tentando crescer. Como a Squid planeja chegar até esses criadores menores?

Felipe: Para fazer uma comunicação cada vez mais personalizada, você precisa dos microinfluenciadores. Por exemplo, se formos fazer uma campanha sobre chocolate, você atinge todo mundo. Mas e se for uma campanha para intolerantes a lactose? Isso é um produto muito nichado, então, meu aproveitamento não será muito melhor se encontrarmos criadores de conteúdo que falem sobre o assunto?

Esses microinfluenciadores estão ganhando cada vez mais espaço a cada ano que passa, e a Squid nasceu para democratizar isso. Nós nascemos com a ideia de dar acesso e oportunidade a esse tipo de criador. As marcas maiores, muitas vezes tem muita dificuldade de encontrar essas pessoas, que falam com nichos específicos.

Você pensa que a constante pressão de se posicionar sobre todos os temas pode acabar atrapalhando a imagem desses criadores de alguma forma?

Felipe: Essa é uma pergunta delicada. Outro dia, estava vendo uma palestra em que um amigo falou uma frase que ficou na minha cabeça: “Quem não tem hater, nunca vai ter lover”. A gente vê cada vez mais as marcas se posicionando e falando aquilo que elas acreditam.

Na minha visão, nós temos que falar sempre, e ao falar, é preciso entender como criador. As vezes nós vamos nos restringir a algumas marcas e outras vezes, nós misturamos essas questões com negócios, e algumas marcas vão preferir outro anunciante, por que você se posicionou, e tá tudo bem!

O quanto você vê os influenciadores tomando conta de ativações e campanhas de marcas? Pensa que isso será um carro chefe no futuro?

Felipe: Eu tenho uma visão de que o marketing de influência pode interagir com várias “caixinhas” da publicidade. Você pode usar o criador de conteúdo para comunicação, para uma campanha de social media, para ajudar a vender um produto virtualmente, pode levar ele para ativações em lojas físicas, são muitas as utilizações dos influenciadores.

Na minha visão, a cada ano que passa, as marcas vão enxergar mais as possibilidades que os criadores de conteúdo trazem e a fatia desse bolo vai ser cada vez maior no mercado. Então eu não tenho a menor dúvida que essa estratégia vai ganhar cada vez mais relevância nos próximos anos.

Fique ligado aqui no Adnews! Por que pra gente, sair do óbvio, é tão óbvio quanto criar e transformar.