Agora, uma pergunta: Aquela marca que deixa de se posicionar e se esconde na hora do problema, pode ter uma boa relação com seu consumidor? Segundo a pesquisa Transitioning, estudo conduzido pela Sincera Criatividade Estratégica, mostra que as pessoas procuram e preferem as marcas que se posicionam sobre os temas relevantes perante a sociedade, procuram ajudar pessoas que se encontram em situações vulneráveis e solucionam problemas recorrentes.
Diante do cenário, algumas empresas tomaram decisões firmes em relação ao mercado e se destacaram, algumas empresas não demitiram seus funcionários, estabeleceram uma relação de confiança interna e reforçaram a orientação de permanecer em casa. Para alguns, um momento complicado, onde nada pode ser feito, para outros, uma boa oportunidade para ser mais forte!
Empresas que se posicionam, tomam a frente, solucionam e fazem até o papel que seria do governo, estão alinhadas com a expectativa dos consumidores. Essa nova ação de pesquisa feita pela Sincera, que também atua no mapeamento comportamental, mudanças culturais, branding e inovação, não se prende apenas aos números que retratam mudanças no comportamento dos consumidores durante a pandemia da Covid-19.
Foram mais de 270 depoimentos impactantes, que podem servir de orientação para as marcas entenderem o movimento no campo humano e incorporarem nas suas ações de negócios e marketing. Os entrevistados do Transitioning citam que vivem um momento de reconexão com valores extremamente essenciais, o senso ainda mais apurado na hora de selecionar suas prioridades e anseiam por conexões verdadeiras. Além disso, os consumidores esperam que as marcas criem impactos significativos e que não permaneçam somente no discurso.
‘As pessoas, ao se reconectarem com o que é essencial em suas vidas aprimoraram seu senso de prioridade e, com isso, buscam conexões significativas em todas as esferas da vida. Assim, as empresas têm a oportunidade de ter uma visão ampliada das pessoas, para além do seu papel de consumidoras/compradoras, para entender genuinamente suas necessidades, desejos e aspirações’, afirma Livia Germano, pesquisadora, estrategista de marca e professora de pós-graduação em Gestão de Marcas.
Ter uma visão e ação voltada para a reconexão humana quer dizer conectar o negócio às pessoas. É um movimento que demanda uma mudança de mindset e a reconstrução de um jeito de ser completamente novo. ‘Torna-se algo pessoal, porque é feito para as pessoas. É possível criar soluções e inovar, saindo de um campo de relação transacional para entrar verdadeiramente numa campo de conexão baseada em significado. O que é valioso para as pessoas está nesse campo humano’, conclui a pesquisadora.
Números
A pesquisa ainda aponta que 51% dos entrevistados passaram a valorizar mais as empresa que resolvem os problemas reais das pessoas, apenas 1,5% cria identificação com marcas líderes e, somente, 0,4% com aquelas que agregam status. As mudanças de comportamento e o impacto da pandemia em crenças e valores das pessoas, ao longo desses quatro meses propostos pelo isolamento social, foram analisadas em entrevistas virtuais para o Transitioning.
Todos os entrevistados evidenciaram ainda estarem mais conectados às empresas que apoiam pessoas em vulnerabilidade (47%), engajadas com o meio ambiente (45%) e que cuidam de comunidades e do social (43%), evidenciando a demanda por ações concretas e impactos significativos das marcas na sociedade.