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A Avon e a Natura, duas das principais marcas de cosméticos do país, se reuniram e realizaram uma campanha para ajudar todas as mulheres que estão presas dentro de casa. Com o movimento #IsoladasSimSozinhasNão embasado pelo Instituto Avon, o qual a Natura também acabou abraçando, e ainda conta com o apoio de diversos nomes que irão ajudar a propagar ajuda para as mulheres. Os portais ‘Quebrando o Tabu’, ‘Papo de Homem’ e a startup ‘Mete a Colher’ estão juntos nessa parceria e criarão conteúdos para ser publicado junto as redes sociais do Instituto Avon e da Natura que disponibilizaram toda ajuda nos portais ajudando todas a não sofrerem caladas, muito menos sozinhas.

Nos materiais produzidos será possível entender um pouco mais sobre essa problemática que afronta todas as mulheres do país e as ajudam a identificar algumas atitudes de um relacionamento abusivo. Ajudas com  saúde mental, prevenção, rede de apoio e canal de denúncias, para que todas saibam como realizar denúncias para que a cultura da violência à mulher não continue sendo um hábito constante nos relacionamentos.

 

 
 
 
 
 
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Em meio a uma crise como a que estamos vivendo, os problemas que existiam para enfrentar a violência contra às mulheres se tornam ainda mais evidentes. Cuidar das amigas e familiares que amamos é fundamental. Por isso, os esforços e as exigências de ações coordenadas do poder público em prol da proteção das mulheres e meninas são ainda mais necessárias e as soluções tecnológicas se mostram grandes aliadas para ajudar a salvar essas mulheres. Nas últimas semanas vimos várias iniciativas serem implementadas para protegê-las e impedir a impunidade dos autores de violências durante a pandemia. Estas iniciativas são muito bem-vindas. Mas, agora, acabe a cada um de nós ficar de olho para garantir que atinjam seu objetivo. Conte para a gente outras ideias bacanas que usam as soluções tecnológicas para cuidar das mulheres, meninas e crianças. #IsoladasSimSozinhasNão #CuidemosDelas

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A campanha entre Natura e Avon não será realizada somente no Brasil, em alguns países da América do Sul, como Chile, Uruguai, Peru, Argentina, Colômbia e Equador, as mulheres também terão o apoio das marcas. Ambientado para #AisladasNoSolas, o movimento será um pouco diferente do que acontece por aqui.

Os conteúdos criados consistem em vídeos de culinária que podem ser compartilhados via WhatsApp e que durante sua reprodução irá conter alguns “sinais sigilosos”, para que nenhum dos abusadores desconfie e castigue ainda mais as suas companheiras. Assim, com estes sinais, as mulheres irão entender como podem denunciar e como devem se comportar mediante os abusos sofridos dentro de suas casas, além de apoio e incentivo para que elas tenham força e esperança que um dia tudo isso possa acabar.

Para entendermos mais sobre a todo o planejamento, estratégia e desempenho de campanha, conversamos com duas das responsáveis pela campanha #IsoladasSimSozinhasNão: a Maria Paula Fonseca, diretora global da marca Natura e a Daniela Grelin, diretora de comunicação do Instituto Avon. Confira a entrevista:

 

ADNEWS – De onde surgiu a parceria entre a Natura e a Avon?

Maria Paula Fonseca – Há muito tempo já admirávamos a atuação da Avon no combate a violência doméstica e com a chegada da marca ao grupo Natura &Co, tivemos a oportunidade de unir forças para essa comum.  O movimento #IsoladasSimSozinhasNão fez todo o sentido para a Natura, pois já trabalhávamos com esse assunto com nossa rede de colaboradoras e consultoras.

Juntas, nossa voz se torna ainda mais poderosa, pois as marcas do grupo Natura &Co (Avon, Natura, The Body Shop e Aesop) representam a maior rede feminina do mundo, conectando mais de seis milhões de representantes e consultoras e 40.000 colaboradores com 200 milhões de consumidoras em 110 países. Temos consciência de que, especialmente neste momento, fazemos a diferença.

 

AD – Qual é a importância de ações como essas para as duas empresas e seu público-alvo?

Maria Paula – A quarentena está sendo dura sobretudo com as mulheres que sofrem violência doméstica, pois enfrentam a pandemia do coronavírus confinadas integralmente com o agressor. Nesta situação, a casa não é um lugar seguro e, muitas vezes, elas sequer conseguem um momento de privacidade para fazer uma ligação de denúncia. Então, ao levantar o tema, as marcas reverberam uma mensagem importante para engajar mais pessoas a acolherem e protegerem vítimas. Principalmente porque a denúncia não precisa ser feita pela mulher que sofre violência, mas por parentes, amigos, testemunhas, vizinhos.

Quanto ao conteúdo, explicamos como funciona o ciclo da violência e lembramos que a violência não é apenas física, mas também pode ser psicológica, patrimonial, sexual, assim como pode estar em todas as classes sociais, idades ou raças.

Daniela Grelin: Esta causa é uma das preocupações mais prementes da mulher e, portanto, das nossas colaboradoras, revendedoras, familiares e amigas. Sendo uma questão urgente para a mulher, é também foco de atenção para a Avon e o Instituto Avon, que no Brasil investe especificamente nesta causa há 12 anos. Momentos de crise, nos trazem a possibilidade de acelerar processos que, de outra forma, poderiam levar muito mais tempo. Sendo a violência doméstica um problema complexo e sistêmico, optamos pensar em ações inovadoras que pudessem atender às mulheres que estão em maior vulnerabilidade agora. Pensamos em uma campanha que envolvesse, em sua primeira fase, o aumento da visibilidade sobre a violência doméstica e a difusão de informações sobre a rede de proteção disponível, de forma presencial ou virtual, durante a quarentena. Finalmente, iniciamos uma ação de advocacy convocando as autoridades a direcionarem foco e recursos à manutenção dos serviços de apoio à mulher em situação de violência. É preciso que as medidas sejam tomadas com rapidez e de maneira conjunta – iniciativa privada, governo e sociedade civil – para que os impactos sejam mitigados, e as vidas de mulheres e crianças sejam protegidas.

 

AD – Como foi montada a estratégia desta campanha já que todo o público está em casa?

Maria Paula – As marcas trabalharam de forma colaborativa entre si, proporcionando uma explosão criativa. Quem iniciou o movimento #IsoladasSimSozinhasNão foi Avon, mas conforme cada marca desdobrava a campanha em peças, tudo foi compartilhado e aberto para cada um aproveitar as ideias da maneira que funcionasse melhor para seu público ou geografia.

Sabemos que a convivência intensa com um agressor em uma situação excepcional de pandemia gera muita tensão e medo na vítima. Nossa estratégia, portanto, foi fazer um amplo chamado à rede de apoio e buscamos vários canais para fazer isso. Em uma situação de isolamento social, a mulher está distante de amigos e parentes, porém os vizinhos podem ser elos com canais de denúncia. Por isso, disponibilizamos conteúdos informativos nas redes sociais e uma peça para divulgação em elevadores e condomínios. Por esses materiais, os vizinhos se mostram disponíveis para proteger mulheres em risco. A Natura ainda passa a disponibilizar a ferramenta TINA para suas líderes de negócios, que visa oferecer apoio psicossocial a vítimas ou denunciantes.

Para as redes sociais, desenvolvemos um sticker para Instagram Stories que visa identificar pessoas que podem ser um agente de apoio em situação de violência. Estamos abordando o assunto durante lives realizadas nos canais da Casa Natura Musical e de Natura Musical no Instagram. Com uma mensagem escondida durante a transmissão, buscamos aumentar o alcance desse movimento. Ainda patrocinamos a minissérie “Era Uma Vez”, do podcast Mamilos. Nele, o tema da violência contra a mulher é abordado sobre várias perspectivas: violência física, sexual, psicológica e patrimonial. Importante falar também que estamos muito felizes com o apoio de influenciadores digitais. Muitos deles tem apoiado a causa com a divulgação do conteúdo, compartilhando espontaneamente nossos materiais.

Daniela – Nós acreditamos que a violência contra a mulher é um problema de todas as instituições e atores da sociedade. Por isso, nossa campanha é um chamado. Queremos reforçar que mesmo distantes podemos desempenhar nosso papel de apoiadoras de outras mulheres, mostrando que o cuidado vai além das barreiras físicas. Vamos continuar cuidando de todas as mulheres, mesmo dentro de nossas casas. Por isso, trouxemos a janela como símbolo dessa campanha, que nos coloca em contato com o mundo externo, por onde podemos observar a vida e as pessoas ao nosso redor. Além disso, temos também ferramentas que nos aproximam da nossa rede de afetos, como WhatsApp e Facebook, que também são janelas que podem nos auxiliar nesse cuidado com as pessoas que estão ao nosso redor, mas distantes fisicamente. Além das projeções que realizamos na última semana, estamos pedindo que as mulheres sinalizem sua janela com um laço, para que suas vizinhas saibam que ali existe um ponto de apoio, em caso de violência doméstica. Além disso, nas redes sociais do Instituto Avon e Avon, divulgamos informações sobre a rede de apoio disponível para a mulher e como acessá-la durante a quarentena. Estão disponíveis também, entre outros conteúdos educativos, a websérie ‘Quando Temos Voz’, disponível no Youtube do Instituto Avon e muitas dicas desenvolvidas em parceria com o Papo de Homem sobre comunicação não violenta, disponíveis nos perfis do Instituto Avon no Facebook e Instagram.

 

AD – Como a parceria entre a Natura e Avon pode colaborar para que os números de mulheres que sofrem com a violência doméstica possam ser reduzidos? Como são esperados esses números após a ação das marcas?

Maria Paula – Nem sempre a redução dos números indica que estamos vencendo a luta contra a violência doméstica. Neste momento, a pandemia pode até mesmo gerar subnotificação dos casos, já que muitas mulheres não conseguem fazer a denúncia estando isoladas em casa com o agressor.

Nossa busca é por manter as mulheres seguras, principalmente durante a pandemia de Covid-19 e mobilizarmos o máximo de pessoas possíveis para participarem de uma rede de apoio contra a violência doméstica. Portanto, esperamos poder mostrar para a sociedade que a violência doméstica é uma epidemia velada, está em todas as causas sociais. Não haverá vacina ou remédio para a violência doméstica, apenas é possível combater essa realidade com uma profunda mudança de comportamento e valores na sociedade.

Daniela – Como dito pela Maria Paula, nossa preocupação no momento é mobilizar o maior número de pessoas, ampliar e ativar a rede de apoio contra a violência doméstica. Sabemos que a violência contra a mulher se perpetua no silêncio, na escuridão, quando o autor da agressão acha que ninguém está olhando e a vítima sente-se isolada e desprotegida. Diante disto, estamos levando às mulheres informação, soluções tecnológicas e recursos práticas para que saibam onde pedir ajuda e, ao fazê-lo, encontrem uma rede preparada para orientá-la, intervir e protegê-la.

 

AD – Qual é a importância de ter canais de como o Quebrando o Tabu e Papo de Homem juntos a vocês?

Maria Paula – Quebrando Tabu e Papo de Homem têm sido parceiros próximos de ambas as marcas e têm legitimidade e credibilidade para abordar o tema e cocriar conteúdos. Como escolhemos acionar vários canais para amplificar a mensagem do movimento, cada marca realizou ações e parcerias complementares. O Instituto Avon, junto com as plataformas Papo de Homem e Quebrando Tabu, produziu uma série de conteúdos digitais que têm sido publicados nas redes sociais do Instituto. Esta é uma ação muito relevante pois engaja agentes de comunicação com o público masculino no movimento #IsoladasSimSozinhasNão.

Daniela – A crise tem sido uma oportunidade para a união de empresas, para o redesenho de soluções ao lado das autoridades e da sociedade, para propor ações inovadoras para problemas antigos, mas que se intensificaram durante a pandemia. Contar com a visibilidade de parceiros como o Papo de Homem e Quebrando o Tabu nos ajuda a ampliar essa conversa e disseminar um conteúdo que nos ajuda a orientar toda a sociedade, inclusive os homens, sobre como atuar como uma rede de apoio à mulheres e crianças que estão mais vulneráveis nesse momento.

 

AD – Vocês já têm algum feedback de como esse conteúdo foi avaliado pelas mulheres no Brasil e na América Latina?

Maria Paula – Temos recebido feedbacks muito positivos, especialmente quanto ao vídeo tutorial com mensagem escondida, no formato “cavalo de troia”. Esta foi uma peça que atingiu a sociedade de maneira consistente e robusta e já recebemos pedidos de parceiros para aproveitá-lo em outros países. Outro ponto importante é que temos percebido um aumento sobre o debate da violência doméstica neste contexto de quarentena entre veículos de comunicação, influenciadores digitais e público. Isso quer dizer que uma parte importante do nosso objetivo já está sendo alcançada.

Daniela – O que temos avaliado é a adesão aos nossos conteúdos. No último domingo tivemos mais de 30 influenciadoras no Instagram replicando nossas mensagens, ampliando ainda mais essa conversa, e recebendo mensagens de apoio sobre a importância dessa informação nesse momento. Recebi também mensagens pedindo a replicação do conteúdo para outros países, para alcançar as mulheres brasileiras que no momento residem fora do Brasil. . Isso nos dá uma indicação de que estamos no caminho certo.

 

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