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Proposta educacional de Musk gera questionamentos sobre falta de disciplinas e critérios de admissão.

Elon Musk está planejando investir em educação. Segundo registros fiscais, o bilionário tem planos de financiar escolas primárias, secundárias e uma universidade em Austin com US$ 100 milhões.

As escolas primárias e secundárias que receberão os investimentos de Musk estarão voltadas para STEM, que significa ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Inicialmente, essas instituições particulares vão matricular 50 alunos, admitidos com base em mérito, com planos de expansão ao longo do tempo. As atividades das escolas serão mantidas por doações e pela taxa de matrícula.

“A escola está sendo projetada para atender às necessidades educacionais daqueles com potencial acadêmico e científico comprovado, que prosperarão em um currículo rigoroso baseado em projetos. Após uma avaliação criteriosa, a escola selecionará candidatos que demonstrem curiosidade e disciplina acadêmica, independência e inovação”, diz os registros.

Além desses investimentos, o CEO de empresas de tecnologia como a TeslaSpaceX planeja lançar sua própria universidade também em Austin, em Texas.

Na universidade, assim como nas escolas, serão trabalhadas as disciplinas STEM, além de abraçar atividades práticas, simulações, projetos fabricação e design e outros campos científicos. No momento, o projeto está em fase de desenvolvimento e procura por um diretor executivo, bem como professores e administradores com experiência na área.

Apesar disso, não é a primeira vez que Musk se aventura em criar o próprio centro educacional. Há nove anos, ele abriu uma escola exclusiva no campus da SpaceX para seus filhos e outros jovens. O foco em tecnologia e ciência era tanto a ponto de conteúdos envolvendo esportes, música e idiomas serem deixados de lado.

“Eu simplesmente não via as escolas regulares fazendo as coisas que eu achava que deveriam ser feitas. Então eu pensei, bom, vamos ver o que podemos fazer. Talvez criar uma escola seja melhor”, disse o bilionário a uma emissora de TV chinesa na época.

 

Até que ponto isso é bom?

A notícia surpreendente também gera uma série de preocupações acerca dos interesses de Musk. Tendo em vista o histórico dele no âmbito educacional, surgem dúvidas sobre como (e se) seriam abordadas outras disciplinas importantes para o desenvolvimento racional e físico de crianças e jovens, como a capacidade reflexiva oferecida pela Filosofia e Sociologia, o incentivo ao esporte, o conhecimento e domínio do idioma (ou idiomas), a contextualização histórico-geográfica do país e do mundo, entre outros tópicos relevantes que não podem ser deixados de lado como o bilionário fez outrora.

Investimentos em ciências exatas e tecnologia são importantes, mas valorizar esse campo do conhecimento em demérito das ciências humanas e linguagens pode se tornar prejudicial para a educação, tendo em vista que as decisões do bilionário impactam diretamente e inspiram diversas pessoas, empresas e instituições.

Outro ponto a ser destacado é a questão do “mérito”. Por se tratar de um método de avaliação mais subjetivo do que concreto, não está claro qual é o perfil exato de aluno que dará “match” com os interesses das direções das instituições de ensino.

Mesmo sendo um direcionamento arriscado para a educação, vale ressaltar a importância de investir no conhecimento. Sendo assim, a iniciativa, apesar de criar dúvidas por estar em um estágio inicial de desenvolvimento, abre portas para um futuro interessante para a produção tecnológica americana.

*Com supervisão de Jéssica Bitencourt

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