A agência Athos, sediada na Bolívia, lançou o primeiro banco de doadores de sangue do país, em parceria com a Nacional Seguros, no Dia Mundial do Doador de Sangue, que no Brasil é celebrado no dia 25 de novembro. A campanha é destinada a ajudar a população com um serviço de utilidade pública.
Na Bolívia, a prática de buscar doadores de sangue pelas redes sociais já é comum, porém de forma informal. Por isso, a ação surge no mesmo formato, com o objetivo de encurtar o caminho entre o doador e quem vai receber.
O modelo criado, consiste em um perfil no Instagram, e no momento em que a pessoa segue a conta, ela se torna um doador voluntário. Estes voluntários comentam seu tipo de sangue na publicação correspondente, facilitando a procura de quem precisa. A ação vem dando bons retornos para a população e foi bem recebida pelos meios de comunicação e influenciadores, trazendo ainda mais visibilidade para a página.
Segundo Fernando Fernandes, CCO da agência, o banco de sangue não existia oficialmente por falta de iniciativas, preconceito e até mesmo por questões políticas. É uma questão de trato social, e as pessoas são muito radicais. A questão política faz com que as coisas não caminhem na mesma direção. E justamente para não se tornar um banco de sangue centralizado, a agência criou esse formato de doação. Outra questão a ser considerada, é que no país existe a venda de sangue.
O mercado publicitário na Bolívia ainda é pequeno, mas está crescendo bastante e tem muita vontade de fazer algo. Por outro lado, muitas marcas ainda não querem se comprometer com as causas, por conta da sociedade ser muito tradicional. Se comprometer é um risco para as marcas.
” A Bolívia é um país pequeno com marcas mundiais, mas que ainda não entendem o papel da publicidade. Nós que viemos de fora, viemos do futuro e chegando aqui, vivemos o passado ” disse Fernandes, CCO da Athos.
Ainda neste ano, mesmo com a visão conservadora do país, Athos, promoveu uma ação na Parada Gay Boliviana. A agência abordou o tema da violência que a comunidade LGBTQIA+ sofre. A campanha foi feita pelas próprias pessoas da agência, com a mensagem ‘Eu me atrevo a ser eu’. Algumas marcas também se comprometeram com a causa, como a Sky Vodka.
“Nós vemos o mundo todo ajudando as causas, e aqui é como se fosse uma coisa fatal. Acho que aqui tem uma regra de maiorias, é a ‘cultura da cancelação’, onde todos seguem o que a maioria segue. As marcas evitam defender as minorias para não perder a fidelidade das maiorias”, destacou Pablo Jove, co-COO da agência.
Apesar das dificuldades de exercer a publicidade e levantar campanhas, atualmente, a agência tem uma equipe de 20 pessoas e contas dos principais bancos e varejistas do país, além de marcas como: Arcor, Faber Castell e Nacional Seguros.
Athos também vem de uma sequência de prêmios. Em junho, foi a única agência boliviana a ser reconhecida no El Sol. Recentemente, foi a agência mais premiada do país na FIAP, com três prêmios em Inovação e Formatos (Saúde e Redes Sociais), com a campanha ‘El Banco de Donantes de Bolivia’ para a Nacional Seguros. Além do reconhecimento em outros festivais, como El Ojo.
“ Para nós, realizar essas ações, é algo natural. Sentimos que ninguém faz nada, então temos que fazer, é quase uma obrigação. As soluções estão em fazer coisas e não dar coisas. Menos dizer e mais fazer. Quem vem de fora percebe mais fácil os problemas, então para eles que são daqui, se não há problema, não tem solução”, explicou Jove.
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