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Entrar no Big Brother Brasil ainda é sonho de muita gente, especialmente pelo impacto positivo nas redes sociais, garantindo, muitas vezes, uma nova profissão e altos rendimentos em contratos, publis e exposição de mídia. Porém, a edição de 2024 mostra que, ao contrário de anos anteriores, apenas fazer parte da casa não garante mais milhões de adeptos e relevância nas redes, muito menos engajamento positivo.

É o que mostra a nova análise da NetCos, agência especializada em marketing de influência. O levantamento, realizado por meio de ferramentas de monitoramento da empresa e tendo o Instagram como base, fez uma comparação entre o número de seguidores antes do anúncio dos participantes do reality com 7 de fevereiro, que representa este primeiro mês de programa.

Engana-se quem pensa que é preciso ser “camarote” para se destacar inicialmente: afinal, o Top 3 em número de novos followers tem dois “pipocas” que ocupam a primeira e segunda posições. Davi Brito, com perfil recém-criado para o BBB e menos de 100 seguidores no dia do anúncio, ele já se aproxima dos quatro milhões de followers na plataforma.

Já Beatriz Reis saiu de pouco mais de cinco mil seguidores para chegar a 3,5 milhões de seguidores no Instagram nos primeiros dias de atração. Outro grande destaque entre os até então desconhecidos é Isabelle Nogueira, que atraiu 1,7 milhão de novos seguidores, chegando à marca de 2 milhões, com o quarto maior crescimento.

Yasmin Brunet foi o grande destaque inicial da atração entre os “camarotes”, ao conquistar 2,3 milhões de novos seguidores, chegando aos 6,7 milhões. Os três participantes que mais cresceram em seguidores no Instagram (Davi, Beatriz e Yasmin) ganharam, juntos, quase 10 milhões de novos seguidores. Vale ressaltar que, em um recorte apenas dos últimos 15 dias, Yasmin Brunet, assim como Leidy, teve queda em sua quantidade total de seguidores, foram as únicas que apresentaram esse retrocesso.

 

“Beatriz, Davi e Isabelle destacam-se nas redes, neste início de temporada, pois rapidamente conquistaram o público, seja através de suas histórias de vida e carisma, seja por conflitos dentro da casa. Entre os 10 participantes com maior crescimento absoluto, menos da metade é do grupo ‘camarote’”, destaca Marta Cardoso, head of data da NetCos.

 

Como exemplo de “camarote” cujos números não devem impulsionar, até o momento, a vida “pós-BBB”, temos o caso de Vanessa Lopes, desistente do programa, que mencionou ter mais de 40 milhões de seguidores no total, considerando os 30 milhões do Tiktok e 14 milhões no Instagram. Sucesso nas redes, ela ficou apenas em oitavo lugar em crescimento, com 1,5 milhão de novos followers, atrás de participantes que eram anônimos há poucos dias. Isso corresponde aproximadamente a apenas 10% de aumento em sua base original.

Vale ainda ressaltar ainda casos como o do cantor Rodriguinho, que chegou aos 4,1 milhões. Porém, não necessariamente com maioria de menções positivas,  pelo contrário. A análise demonstra claramente que, para o bem e para o mal, o BBB impacta profundamente na presença digital dos participantes, mas talvez poucos poderão explorar esse crescimento com destaque ao sair da casa.

Muitos dos 26 participantes não chegaram sequer à marca de 200 mil novos seguidores, mesmo com a grande exposição oferecida pelos 30 primeiros dias de programa. A lista dos que menos atraíram novos followers é formada por Michel (128 mil no total), Thalyta Alves (114 mil), Juninho (111 mil), Lucas Henrique (103 mil) e Maycon Cosmer (hoje, com apenas 86 mil).

 

“Já existe um recorte dos “queridinhos” do público: o Top 10 com maior número de novos seguidores corresponde a quatro vezes a soma de todos os outros 16. É uma diferença muito expressiva. Mesmo assim, é importante ressaltar que, mesmo ganhando menos seguidores, gerar um engajamento alto e positivo é muito mais interessante para um influenciador do que uma base inflada por haters ou apenas curiosos, que dificilmente se manterão por lá após o programa”, explica Marta Cardoso, head of data da NetCos.

 

Fenômeno

Mais do que a indicação fria de crescimento, o estudo revela que tais números podem ser um sensor sobre o quanto cada um tem agradado durante a estadia, mas também falam muito sobre a capacidade de suas condutas no reality reverberarem nas redes. Entre os fatores envolvidos no potencial crescimento, destacam-se personalidade, carisma, comportamento e interação com o público.

 

“A visibilidade de um programa de TV aberta é muito diferente da recomendação de conteúdos dos algoritmos das redes. Muitas vezes, os influenciadores que se comunicam com sua comunidade, mesmo que em grandes bolhas de milhões de seguidores, não conseguem um crescimento acelerado nas redes como é possível alcançar diante da imensa audiência do reality show”, comenta Marta Cardoso, da NetCos

 

Lições para as marcas

Segundo a executiva, fica mais uma vez a lição para as marcas de não se apegar a números absolutos em redes sociais para escolher a melhor estratégia de marketing, especialmente na hora de definir os influenciadores de suas iniciativas.

 

“A comunicação e conduta dos participantes é o que pode gerar bons encontros com os objetivos das campanhas. É fundamental entender o perfil de cada pessoa e do produto ou serviço a ser comunicado caso a caso”, afirma Marta.

 

Os números do levantamento revelam a performance desses primeiros dias, mas também podem falar sobre a expectativa criada pelos espectadores que querem ver as cenas dos próximos capítulos.

 

“Isso reforça que as marcas não devem observar apenas os números brutos, apesar das amplas possibilidades de aproveitar o hype. Vale sempre a cautela e fazer uma análise mais qualitativa sobre o quanto as histórias dos participantes podem ser positivas no contexto da comunicação do anunciante”, reforça a head of data da NetCos.

 

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