Os NFTs (Non-Fungible Tokens), – em português, tokens não-fungíveis -, vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado. Esse tipo de investimento digital está conquistando os consumidores e, consequentemente, levam as marcas a se interessarem e investirem na nova forma de arte digital.
Apenas em 2021, essa novidade movimentou cerca de 25 bilhões de dólares no mercado, que ainda não atingiu todo seu potencial. Com o metaverso, ou seja, um novo universo totalmente focado no digital, esse segmento promete crescer ainda mais. Deste modo, as marcas começam a explorar um novo mundo de oportunidades e relações com consumidores.
Pensando nessa realidade, que além de envolver o consumo também integra arte, resolvemos entrevistar o fundador da Verse, Diego Ortiz, para entendermos mais sobre a imersão das marcas no mundo de NFTs.
ADNEWS: Além do impulsionamento próprio, como as marcas podem agregar valor aos artistas responsáveis pelas artes de NFTs?
DIEGO ORTIZ: Com royalties em perpetuidade em vendas secundárias e co-participação em estágios como o minting (criação da NFT por smart contract com a blockchain).
ADNEWS: Liste os maiores benefícios de trazer NFTs para a empresa.
DIEGO:
- Alavancar uma comunidade já existente.
- Recompensar “die hard fans” envolvendo-os em projetos diretamente e fazendo deles donos também da marca e projetos.
- Inovar e desbravar um espaço em exponencial crescimento.
- Benefícios capitais (vendas + royalties, eventos)
- Comunicação transparente e direta com os seguidores e consumidores da marca.
- Buzz em “earned media”.
- Colabs com outras marcas e influenciadores.
ADNEWS: Quais vantagens podem ser levadas aos consumidores por meio das NFTs?
DIEGO: Consumidores podem ser recompensados pela sua lealdade, ter um “pedaço” histórico para sempre na blockchain daquela marca ou influenciador da qual são fãs, ter acesso exclusivo a produtos, serviços ou experiências com a marca, capitalizar na troca e vendas dos bens, entre outros.
ADNEWS: Que tipo de relação pode ser construída com o consumidor a partir de NFTs?
DIEGO: A coisa mais bela sobre NFTs de marcas é que normalmente os verdadeiros fãs são os que mais ganham.
As pessoas que são fãs de verdade da marca podem ter a oportunidade de participar de lançamento de NFTs no minting, revender, se desejado, com um lucro, ou segurá-la para depois trocá-la (claim) em um lançamento exclusivo de um produto por exemplo (como um tênis colecionável super limitado, ou um evento de lançamento, o que quer que seja).
ADNEWS: Qual o futuro para as marcas que não adotarem os NFTs?
DIEGO: Morte. Haha brincadeira (ou… será?). Muito provavelmente, por tudo que estamos vivenciando agora nos estágios primordiais do mercado, NFTs ainda não foram aplicadas em todo seu potencial. Temos uma grande e árdua jornada de educar executivos (mais do que consumidores finais, porque esses já demonstram rápida adoção).
As marcas que não forem capazes de entender a tecnologia POR TRÁS de NFTs e sua verdadeira aplicabilidade correm um grande risco de ter uma visão míope do futuro do mercado e da web. É importante educar e mostrar que NFTs não são “imagens pixeladas”.
As marcas que não se adaptarem pouco a pouco (desde agora) terão muito provavelmente que pivotar seu negócio de maneira muito mais brusca no futuro quando a adoção se mostrar ampla e “mainstream” (exemplo: mídias sociais). E isso obviamente significa uma virada muito mais onerosa e um risco muito maior de fracassar ou de estar entrando tarde demais (tornando-se irrelevante – o famoso “efeito Kodak”).
ADNEWS: Qual foi a maior mudança sofrida pelas marcas que adotaram o NFT e o metaverso?
DIEGO: Ainda não temos ampla visão do que de fato a adoção dessas tecnologias atualmente trarão ao longo prazo, mas olhando para o curto prazo, marcas como a Adidas lucraram mais de $250 milhões de dólares em lançamentos de NFT.
Marcas como JPMorgan já estão comprando “terrenos no metaverso” que ficam exponencialmente mais caros a cada dia que passa pela demanda que aumenta.
Imagino que só de “earned views” essas marcas devem ter ganho milhões de dólares por terem adotado a estratégia de “first player advantage” e claro, ganharam experiência que lhes dá a vantagem de prever possíveis obstáculos para futuros projetos mais avançados.
Diego Ortiz
Diego Ortiz é co-fundador da Chili – agência de marketing digital no México e Brasil focada em performance e conversão por estratégias PPC (anúncios pago) e de SEO, e fundador da Verse – agência de Web3 especializada em introduzir e acelerar a adoção de estratégias da nova web em grandes empresas na América Latina, como NFTs, Metaverso, Gaming e Blockchain.
Diego possui uma extensa experiência em marketing internacional com as maiores empresas do mundo como Red Bull, Microsoft, Bytedance, Nike e outras.
Acelerou a integração da Chili como agência do grupo Superist (superist.com) onde seu objetivo é capacitar o talento local e elevar o grau de competitividade das empresas latino-americanas frente ao mercado internacional com as melhores práticas aplicadas em mais de 6 mil clientes no mundo inteiro e mil colaboradores em 5 continentes.