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Gil Stefani

Jornalista especialista em comunicação para startups, empresas de tecnologia, telecomunicações, ERPs, e-commerce, digital, marketing de conteúdo e negócios B2B. Atua há mais de 25 anos com comunicação corporativa e foi editora dos Guias de E-Commerce e Guia de SEO e ajudou na criação do Guia de Marketing de Conteúdo da ABRADi. É empreendedora desde 2011 e sócia fundadora da Agência Prioriza.


Completando 20 anos em 2022, empresa de tecnologia e conexão vem crescendo desde sua criação e prevê como será o futuro do trabalho.

No início dos anos 2000, Renato Batista, um jovem do interior paulista recém-formado em Administração de empresas, sonhava em criar sua própria empresa. Ele tinha trabalhado na Intel, onde viu, pela primeira vez, o vídeo de uma pessoa escolhendo um produto para comprar pelo celular – apesar de essa ser uma cena comum no nosso cotidiano, na época, era algo revolucionário e quase impensável. Encantado com as diversas possibilidades que as novas tecnologias iriam trazer no futuro, ele decidiu que queria fazer parte deste universo, especialmente depois que um amigo lhe apresentou a chegada dos primeiros equipamentos para videochamadas no Brasil. Em 2002, as rodadas de investimento não eram comuns. Mesmo assim, ele conseguiu fundar a Netglobe como uma empresa desenhada para ser referência no segmento de videoconferências. 

Apesar de estar fascinado pelas possibilidades que o uso das novas tecnologias poderiam oferecer para as empresas, havia uma grande barreira: o jovem empreendedor precisava convencer os executivos de que investir em videochamadas era um bom negócio. “A gente tinha que provar para os líderes que valia a pena investir nisso. Muitas vezes, tive que explicar ao board o que era videoconferência e como isso funcionava na prática”, relembra Renato. 

Com o passar do tempo, a história da Netglobe passou a se confundir com a história do avanço tecnológico no Brasil e no mundo. 

O início das Bandas Largas 

Um dos maiores impeditivos que a marca enfrentou para vender seus produtos foi a restrição de banda larga da época, afinal, esta era uma novidade que estava começando a dar as caras por aqui e muitas empresas simplesmente não tinham banda suficiente para trabalhar com chamadas por vídeo. 

Depois de algum tempo, trabalhando em parceria com grandes empresas – como a Natura, por exemplo – Renato e sua equipe começaram a calcular o Retorno de Investimento proporcionado pelas videochamadas. Como muitas viagens aconteciam somente para executar reuniões, calcular o custo delas se tornou uma excelente forma de mensurar o ROI de investir em videochamadas. “Depois que conseguimos mostrar isso aos executivos, o benefício ficou cada vez mais claro. Ao mesmo tempo, a tecnologia foi melhorando e precisando de menos banda larga, que também passou a ser mais barata e comum dentro das empresas”, pontua Renato. 

Serviços por assinatura e primeiras reuniões internacionais 

Renato explica como o avanço tecnológico causou mudanças profundas no mundo corporativo. “Saímos da questão de infraestrutura e entramos na questão de negócio. Em 2006, fomos uma das primeiras empresas no Brasil a tornar a videoconferência um serviço de assinatura, lançando o primeiro programa de assinatura de hardwares para videochamadas, no qual ofertamos o aluguel de câmeras, microfones e outros equipamentos. Com isso, passamos a atender não só gigantes do mercado, mas também empresas de médio e pequeno porte, porque o modelo ofertado por nós tornou a videoconferência uma realidade possível para PMEs”.

De 2012 a 2016, a Netglobe desenvolveu o conceito de serviço gerenciado, monitorando todas as reuniões para garantir um ótimo nível de serviço, com a  certeza de que ninguém iria se desconectar e todos poderiam acompanhar a chamada com perfeição. Assim, a Netglobe foi uma das primeiras empresas a implementar o VNOC (Video Network Operation Center), funcionando 24 horas por dia e durante os 7 dias da semana exclusivamente para suportar regiões, inclusive de acordo com o fuso-horário, personalizando e garantindo experiências excelentes em reuniões com pessoas participando de diferentes países.

A chegada do 3G e dos smartphones 

A Netglobe então seguiu e encarou o desafio de conectar pessoas em mobilidade. O início do 3G impulsionou o lançamento da primeira solução que conectava smartphones com salas de videoconferência, isso em 2013. “Começamos a ter pessoas entrando em reuniões de qualquer lugar, o que era algo incrível na época. Empresas como JBS e Toyota foram grandes clientes que contaram com a gente para implementar este recurso”, afirma Renato. 

O mundo das “Lives”, Great Place to Work e Livro “Por Trás da TI”

Quando a pandemia de Covid-19 chegou causando mudanças profundas e bruscas na rotina de organizações por todo o mundo.

Porém, ao contrário de muitas empresas, a Netglobe tinha feito as apostas corretas. “A mudança para videoconferência como serviço nos manteve estruturados no período da pandemia. Além disso, o período alavancou o setor. Foi só após a pandemia que as pessoas realmente entenderam o valor das videoconferências e ressignificaram os modelos de trabalho. As tecnologias que eram tendências anos antes da pandemia tornaram-se urgência, como aconteceu com as videochamadas”, completa Batista.

A Netglobe era uma das empresas mais preparadas para enfrentar o cenário e não se contentou somente em oferecer soluções eficazes e personalizadas para clientes novos e atuais. Renato Batista começou a promover uma série de lives com CIOs e profissionais de TI – o projeto Live50CIOs – que contou com profissionais de diversas áreas e empresas para entender as mudanças, desafios e aprendizados vivenciados, criando um espaço para troca de conhecimentos totalmente seguro no ambiente digital. 

O projeto Live50CIOs – que contou com a participação de mais de 50 profissionais da área de tecnologia da informação – foi um sucesso e se transformou em um livro chamado “Por trás da TI – histórias de vida de líderes que inspiraram gerações”. A obra foi lançada em um evento híbrido e se tornou mais um marco na história da Netglobe. Hoje, Renato segue conversando sobre diversos temas com executivos e publica os vídeos no canal de Youtube da empresa, em uma série intitulada como Entrevista 50CIOs.

O reconhecimento da boa gestão veio há 5 anos atrás, com o selo Great Place to Work, que reforçou publicamente a capacidade de liderança e criação de uma boa cultura organizacional na empresa. 

O futuro do trabalho é criação de novos modelos de cultura organizacional

Hoje, o propósito da Netglobe se ampliou e continua em movimento de inovação, como sempre foi a característica da empresa. “Com base em todas as mudanças que vivenciamos nos últimos anos, nosso propósito é ajudar a montar os espaços e metodologias do futuro do trabalho, que acreditamos que será híbrido. Neste modelo, temos que cuidar da relação corporativa no que diz respeito à conexão com a casa das pessoas. Queremos renovar mais 20 anos da nossa história com essa mentalidade”, afirma Renato. 

Nos primeiros 10 anos, a Netglobe dobrava de tamanho a cada ano. Nos últimos 10, ela se tornou uma empresa que oferece serviços e soluções mais completas para o mercado, com o aluguel de equipamentos e monitoramento de videochamadas. Com isso, o número se repete: crescemos 10 vezes em receita entre 2012 e 2022.

“Vamos ter que criar novas culturas para os novos modelos de trabalho. Também vamos ter que cuidar dessas relações digitais, replicando fielmente o que está sendo feito no escritório para quem não está lá, promovendo uma interação fácil e acessível para as pessoas. A principal discussão dos próximos anos vai ser sobre como as empresas vão se organizar e trabalhar em seus modelos de empregabilidade. Vejo que começamos falando de videoconferência e, hoje, estamos falando de cultura organizacional e empregabilidade. É uma mudança muito grande nesses 20 anos”, explica o CEO. 

Hoje em dia, a Netglobe continua inovando ao oferecer a possibilidade de gravação de podcasts corporativos, lives, eventos híbridos e digitais, soluções de softwares e hardwares para o trabalho híbrido e remoto, soluções arquitetônicas e tecnológicas integradas para escritórios, entre outros serviços e produtos.