Skip to main content

Após movimento de fãs em defesa da cantora, entidades politicas dos EUA se manifestam sobre o caso.

A Taylor Swift, artista mais ouvida mundialmente no Spotify em 2023, virou alvo de imagens explícitas falsas que circularam nas redes sociais, com destaque para o X (antigo Twitter), nos últimos dias. A polêmica agitou o setor político dos Estados Unidos, que pede a criação de leis que criminalizem essas imagens, conhecidas como deepfakes.

Em um comunicado oficial, a rede social de Elon Musk declarou estar removendo ativamente as imagens inapropriadas feitas da cantora e tomando as medidas cabíveis contra todas as contas que se envolveram na divulgação delas.

Apesar da maioria das imagens terem sido removidas da plataforma, existem relatos de que uma das fotos recebeu mais de 47 milhões de visualizações antes da remoção. O ocorrido acendeu uma luz vermelha na mente dos internautas, que criticaram o X pela demora para deletar as imagens falsas, tendo em vista que a rede social removeu os deepfakes somente após o próprio fã clube da cantora, autodenominado como “Swifties”, agirem em prol dela.

Segundo informações da NBC News, quando a hashtag “Taylor Swift AI” entrou nos tópicos de tendência na quarta-feira (24) no X, espalhando as montagens com Taylor Swift, swifties de diversas partes do mundo se uniram para colocar somente publicações positivas sobre a cantora na hashtag.

No dia seguinte, o fã clube também levantou a campanha “Protect Taylor Swift” (do inglês, “Proteja Taylor Swift”), agindo como uma ampla e forte frente de defesa da cantora, além de denunciar o falho sistema de proteção da rede social contra imagens e informações falsas.

Uma das responsáveis pela campanha mostrou que as ações das swifties resultou na suspensão de duas contas que estavam compartilhando os deepfakes de Taylor, ou seja, quebrando a regra de “comportamento abusivo” do próprio X.

“Eles não levam nosso sofrimento a sério, então agora está em nossas mãos denunciar em massa essas pessoas e suspendê-las”, comentou uma das líderes do movimento em uma conversa com a NBC News.

Após o ocorrido, o X comunicou na última sexta-feira (26) sobre a postagem de nudez não consensual na plataforma.

“Temos uma política de tolerância zero em relação a esse conteúdo. Nossas equipes estão removendo ativamente todas as imagens identificadas e tomando medidas apropriadas contra as contas responsáveis por publicá-las”, disse o comunicado.

Agora, o nome “Taylor Swift” não pode mais ser pesquisado no X, assim como os termos “Taylor Swift AI” e “Taylor AI”.

 

Enquanto isso na Casa Branca

Ainda na sexta-feira, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, comentou que a disseminação de fotos falsas geradas por inteligência artificial representam um perigo alarmante.

“Sabemos que a aplicação frouxa afeta desproporcionalmente as mulheres e também impactam meninas, infelizmente, que são os alvos predominantes”, disse a secretária.

Ela adicionou que o governo deve criar uma legislação para lidar com o uso antiético da IA nas redes sociais, assim como as plataformas devem proibir esse tipo de conteúdo em seus sites.

Outros políticos dos EUA também pediram a criminalização da criação de imagens deepfake, como o democrata Joe Morelle, que caracterizou a disseminação das imagens como um ato “repugnante” e reforçou seu posicionamento do ano passado, quando apresentou um projeto de lei que tornaria ilegal o compartilhamento de deepfakes pornográficos sem consentimento.

“As imagens e vídeos podem causar danos emocionais, financeiros e de reputação irreparáveis… Infelizmente, as mulheres são impactadas de forma desproporcional”, comentou Morelle.

A democrata Yvette D Clarke também compartilhou seu descontentamento no X:

“O que aconteceu com Taylor Swift não é novidade. Durante anos, as mulheres têm sido alvo de deepfakes sem o seu consentimento. E com avanços na IA, criar deepfakes é mais fácil e mais barato.

Este é um problema que ambos os lados do corredor e até mesmo os Swifties devem ser capazes de se unir para resolver”, publicou a democrata.

O outro lado da moeda política americana também se posicionou. O deputado republicano Tom Kean Jr concordou com Yvette em uma declaração.

Segundo ele, “é claro que a tecnologia de IA está avançando mais rápido do que as proteções necessárias. Se a vítima é Taylor Swift ou qualquer jovem em nosso país, precisamos estabelecer salvaguardas para combater essa tendência alarmante”.

Outro país que encara a mesma situação é o Brasil, onde ainda não há uma proibição para esse tipo de conteúdo, mesmo que já existam projetos de lei e movimentos contra.

 

Um risco crescente para menores de idade

Enquanto a legislação não oferece nenhuma segurança nesse tipo de situação, a tecnologia segue representando uma ameaça para as pessoas. Um estudo realizado em 2023 mostrou que desde 2019 houve um aumento de 550% na criação dessas imagens, fomentadas pelo advento da inteligência artificial.

O perigo também é grave e crescente para menores de idade. Recentemente a atriz Xochitl Gomez, conhecida por interpretar a personagem America Chavez nos filmes da Marvel Studios, comentou sobre ter visto deepfakes explícitos seus. Segundo a atriz de 17 anos, ela não conseguiu remover as imagens da internet. Outras estrelas em ascensão na plataforma TikTok também comentaram sofrer do mesmo tipo de ataque.

Ao passo que os órgãos competentes, tanto dos EUA quanto do Brasil, não se mobilizam para aprovar a lei para criminalizar a veiculação dessas imagens, cabe somente aos internautas e políticos de todo o mundo se aliar para combater desse tipo de difamação.

 

*Foto de capa: Instagram/Taylor Swift

Acompanhe o Adnews no Instagram e LinkedIn. #WhereTransformationHappens