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Hoje, dia 19 de Abril, é comemorado o Dia dos Povos Indígenas, uma das datas mais importantes para celebrar a diversidade brasileira e principalmente, parte das raízes não só de nossa história, mas também da própria formação sociocultural do país.

Ainda que os povos indígenas estivessem aqui antes da colonização do território nacional, a representatividade deles na mídia não é tão forte quanto poderia e precisaria ser. Quantas vezes você viu um indígena protagonizando um comercial ou simbolizando uma marca? É inquestionável que, como minoria, a atenção dada a essa etnia originalmente brasileira, deveria ser maior e, sendo assim, quão grande a participação deles na publicidade atual impactaria o mercado?

Pensando nessas perguntas, nós do Adnews reunimos alguns dos eventos mais importantes que marcaram o mundo publicitário em relação a essa comunidade, além de buscar informações sobre a presença peculiar desses povos no mercado atual.

Criadores de conteúdo digital

O marketing de influência é uma das maiores ferramentas da publicidade atualmente. Os criadores de conteúdo digital tem dominado, cada vez mais, as redes, mostrando que no futuro, suas opiniões e posicionamento, tendem a ser progressivamente amplificados e difundidos, principalmente, no Instagram, no TikTok e no YouTube.

Mas afinal, quem são e onde estão os influenciadores indígenas?

Em uma pesquisa feita pela Squid, empresa de tecnologia especializada em marketing de influência baseada em dados, mostrou que, infelizmente, os povos indígenas estão longe de ter um grande espaço no ramo da influência online. A martech, por sua vez, demonstrou interesse em desenvolver novos criadores de conteúdo de grupos minoritários.

Ainda assim, há exemplos de profissionais da área que fazem parte da comunidade, como é o caso de Kauri, também conhecido como “Daldeia”, primeiro influenciador digital indígena do Brasil. Natural do Amapá, ele faz parte da aldeia Karapijuty e criou uma conta no TikTok durante a pandemia. A surpresa de Kauri veio após um vídeo mostrando uma festa típica de sua comunidade ter mais de 1 milhão de visualizações.

Atualmente ele reúne mais de 2,5 milhões de seguidores no TikTok e 300 mil seguidores no Instagram. Com seu crescimento nas redes, a agência Mynd o contratou para fazer parte do time que conta com mais de 400 agenciados.

Célia Xakriabá, Mapu Huni Kuî e Alok

No clima do Rio2C, vale lembrar que, em 2022, uma parceria entre a liderança indígena Célia Xakriabá, o músico, o líder espiritual e cacique Mapu Huni Kuî e o DJ Alok foi apresentada no evento.

Em um painel intitulado de “Antes do Brasil da Coroa, Existe o Brasil do Cocar, os 3 se reuniram para falar sobre a urgência em compreender o passado, as tradições e a sabedoria dos povos originários, além de compartilhar uma jornada musical e espiritual na exibição inédita de um trecho do documentário em produção com a Maria Farinha Filmes, com roteiro de Célia Xakriabá, que deu origem ao primeiro álbum da carreira de Alok.

Presença no Oscar

Os povos indígenas não ficaram de fora da maior premiação do cinema. Aproveitando a visibilidade do Oscar, a agência DM9 criou uma campanha que entregou uma estátua alternativa para premiar os vencedores de diversas categorias. Representando a divindade Omama, a peça não é composta por ouro, em uma ativação contra o garimpo ilegal que prejudicou o maior grupo indígena da Floresta Amazônica.

Antes dos premiados receberem a estatueta, vinte dos principais indicados ao Oscar receberão pelas redes sociais um recado em vídeo de Junior Hekurari Yanomami, líder da Urihi Associação Yanomami. Entre as estrelas que serão impactadas estão Angela Bassett, Jamie Lee Curtis, Kerry Condon, Stephanie Hsu, Hong Chau, Brendan Gleeson, Judd Hirsch, Brian Tyree Henry, Barry Keoghan, Ke Huy Quan, Brendan Fraser, Colin Farrell, Austin Butler, Bill Nighy, Paul Mescal, Andrea Riseborough, Cate Blanchett, Michelle Willias, Ana de Armas e Michelle Yeoh.

Infelizmente, durante a transmissão da premiação ao vivo, os vencedores não foram mostrados recebendo a estátua especial. Ainda assim, os profissionais premiados puderam acompanhar uma calculadora digital que mostrou o impacto social e natural de cada grama de ouro ilegal, para a Floresta Amazônica e o povo Yanomami.

Sempre “Indígena”

E claro, pensando na comunicação, é mais do que necessário lembrar o jeito certo de se referir a esses povos. É muito comum que se ouça a palavra “índio” para falar sobre essas pessoas ou até mesmo comemorar o dia de hoje. No entanto, a palavra caiu em desuso, com o termo “indígena” sendo considerado o mais adequado.

Isso aconteceu porque, segundo essas comunidades, o termo “índio” se tornou pejorativo, principalmente por reafirmar ideias estereotipadas e preconceituosas, como as de que povos originários seriam selvagens ou seres do passado. Sendo assim, é sempre importante se referir a essas comunidades da maneira como elas se sentem à vontade e claro, sendo representadas.

Fique ligado aqui no Adnews! Por que pra gente, sair do óbvio, é tão óbvio quanto criar e transformar.