Com o retorno à normalidade, dos grandes eventos e de ações presenciais, o Live Marketing tem se tornado um tema cada vez mais atual e relevante. Investindo pesado em ações ao vivo, as marcas têm se beneficiado ao desenvolver brand experiences, bem como experiências imersivas, criando vínculos ainda mais profundos e perenes com os consumidores. Essa área da comunicação tem sido uma ferramenta fundamental para estratégias de planejamento e desenvolvimento de negócios.
Pensando nisso, o Adnews preparou uma série de entrevistas com grandes nomes da área, que podem explicar melhor o crescimento desse metódo e o que o futuro reserva.
Dessa vez, quem deu uma palavrinha exclusiva pra gente foi o Dil Mota. Ele é designer e publicitário, atua há 25 anos como Diretor/VP de Criação e Planejamento em algumas das maiores agências de comunicação do Brasil, e o principal disso tudo: é um especialista em Live Marketing.
Aqui segue um texto especial sobre o assunto, com sua visão sobre o que essa temática representa para o mercado hoje e o que esperar para os próximos anos. Confira:
Live o quê?
Para mim não existe nada mais LIVE MARKETING do que o próprio mundo digital e toda a rede de experiências que nos cercam em todos os lugares onde estamos, isso envolve toda e qualquer forma de comunicação ou mídia usada. Afinal LIVE é toda forma de experiência e não podemos achar que apenas o que fazemos se configura desta forma.
Daí que, para mim, o grande paradigma atual do nosso mercado é pensar maior do que ele é ou sempre foi. O mundo derrubou muitos clusters e fronteiras e definitivamente vivemos hoje um conceito de comunicação sem bordas (NO BOARDS COMMUNICATION) e isso significa simplesmente que não somos apenas empresas do universo do Brand Experience & Activation (chamado apenas no Brasil de Live Marketing e infelizmente não adotado completamente, apesar de eu considerar a melhor definição que já foi criada para o que fazemos), nós somos empresas, agências ou negócios de COMUNICAÇÃO e isso é muito mais do que uma promo, um incentivo, um evento ou uma ativação, é definitivamente uma forma de provocarmos a comunicação e a reação do target de empresas e produtos, que já faz tempo que entenderam que uma mídia tradicional hoje não é mais tão efetiva e que o mundo digital precisa de tangibilização.
Em um mundo que definitivamente traz forte a humanização (o NRF 2023 falou muito sobre a humanização no trade), continuamos a falar do customer e community center, o mundo avançou do B2B e B2C para o B2H e o H2H (Business to Humans e Humans to Humans) e isso para não falarmos do ESG, temos que ser conscientes que ser LIVE significa nos conectarmos com pessoas integralmente e de todas as formas possíveis, e isso começa com as nossas pessoas mesmos: somos pessoas fazendo coisas para pessoas, mesmo que no intermédio disto tenhamos empresas, produtos, negócios e modelos.
Daí que como tendência, eu entendo que precisamos nos ver como mais do que fazemos. Somos capazes de criar campanhas publicitárias, de construir estratégias de PR, de fazer incríveis projetos de arquitetura e design, além de desenvolver planejamentos e estratégias absolutamente eficazes, porque na realidade somos conectados com a necessidade de conexão sensorial com o público final desde o berço. O mundo pede que sejamos LIVE e felizmente somos LIVE na nossa essência e no nosso DNA.
Eu poderia citar inúmeros cases nacionais e internacionais que dão “aquela invejinha branca” e vontade de tentar criar coisas incríveis, mas eu diria que a fórmula correta dos melhores projetos vem de uma visão multichannel já a partir de sua execução: são cases que são ao mesmo tempo promocionais ou de ativação, mas que ganham reverberação na mídia, geram matérias espontaneas, despertam organicamente a manifestação de influencers, tem potencial em se tornar uma verdadeira campanha e usam e abusam de abordagens tão diferentes como a própria publicidade, filme, aúdio, cenografia, arquitetura, design, moda, entretenimento e tudo isso dentro de um pacote criativo que amarra tudo isso, pensando mais no target e na mensagem, do que se atendendo à formas.
E mais, depois de uma pandemia que gerou uma “nova concorrência” que não é mais definida como uma outra agência, mas pode ser um fornecedor, parceiro ou até mesmo um profissional que criou sua “eugência” e consegue entregar projetos em alto nível, tá claro que não precisamos ficar melindrados com agências de publicidade que ganham um Promo Lion. Talvez eles tenham entendido antes da gente que realmente vivemos um mundo sem bordas ou fronteiras, só falta a gente também aceitar o fato de que podemos fazer algo “além da clássica definição do Live Marketing”. Somos muito preparados para isso, acreditem!
Talvez não tenhamos tido uma construção de valorização pessoal, como o mercado publicitário faz e muito bem, criando personas capazes de catapultar qualquer negócio, mas a gente tem esse potencial humano em nossas agências e se soubermos dar espaço e asas a elas, não tem pra ninguém! Como já havia ouvido em uma palestra e hoje se transformou na tagline de uma grande agência do setor: somos ON LINE, ON LIVE, ON LIFE. A gente trabalha com EXPERIÊNCIAS e A VIDA DAS PESSOAS e isso traz a responsabilidade de nos mantermos abertos e com uma mente diversa: isso significa trabalhar muito além das ferramentas do Live Mkt, porque essa oportunidade de contato e contágio pode estar em todo lugar, em todas as pessoas e faz muio tempo que sabemos como trabalhar com tudo isso.
Imagem de Capa: Ostrovsky | Pixabay
Fique ligado aqui no Adnews! Por que pra gente, sair do óbvio é tão óbvio quanto criar e transformar.