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A humanidade está acostumada a utilizar a tecnologia para congelar o tempo. Fazemos isso de forma estática desde 1826, quando aconteceu o primeiro registro fotográfico, e com movimento desde 1895, quando a primeira projeção cinematográfica foi apresentada ao mundo. E neste ano, a sociedade testemunhou mais uma façanha tecnológica que trouxe a cantora Elis Regina, falecida há mais de 40 anos, de volta à vida para cantar com a filha, a também cantora Maria Rita, na campanha que comemorou os 70 anos da Volkswagen no Brasil. O dueto icônico foi viabilizado pela inteligência artificial.

Diante de tantos avanços, você também se pergunta qual será o próximo passo da tecnologia? A gente, sim. E parece que, além de congelar momentos, a evolução tecnológica nos dará o poder de vivenciá-los novamente (e quantas vezes quisermos) de forma imersiva. Os fãs do KISS, banda de hard rock mundialmente famosa por hits como ‘Rock And Roll All Nite’ e a balada romântica ‘Forever’, sentiram um gostinho do futuro neste fim de semana, quando os músicos realizaram o último show da turnê que anunciou sua aposentadoria dos palcos.

A última noite da turnê mundial End of The Road World Tour’, que durou 58 meses e abrangeu cinco continentes, foi marcada por uma despedida única no Madison Square Garden, em Nova York (EUA). Perto da meia-noite, os membros da banda desapareceram do palco, dando lugar a avatares holográficos gigantes que continuaram a performance de God Gave Rock ‘n’ Roll To Youprojetados em tela de LED, com um espetáculo de luzes e pirotecnia. Essa tecnologia permite que Demon, The Starchild, Catman e Spaceman (como são chamados os membros da banda) continuem a se apresentar mesmo após o encerramento oficial de sua trajetória.

O que realizamos foi incrível, mas não é o suficiente. A banda merece viver porque é maior do que nós, afirmou o cantor Paul Stanley.

As representações holográficas foram projetadas com 2,4 metros de altura, apresentando as características marcantes da banda. Criadas a partir de dados coletados durante apresentações ao vivo dos músicos, usando trajes de captura de movimento, essas formas digitais levitaram, cuspiram fogo e lançaram eletricidade de seus dedos, oferecendo um espetáculo visual impressionante no encerramento do espetáculo. A adoção da tecnologia vem sendo chamada popularmente de “imortalidade digital”.

Os avatares foram desenvolvidos pela Industrial Light & Magic (ILM), empresa sediada em São Francisco (EUA). Ela se tornou conhecida nos últimos anos por levar efeitos visuais famosos nos universos cinematográficos de Star Wars e Jurassic World para eventos ao vivo, na forma de avatares realistas e outras fantasias visuais.

Queremos dar aos fãs uma ideia das muitas formas que essa banda pode assumir no futuro, afirma Grady Cofer, supervisor de Efeitos Visuais da ILM.

Enquanto isso, os financiadores e produtores são os fundadores da empresa sueca Pophouse Entertainment, responsável pelo show ABBA Voyage’, em Londres, que foi incrivelmente bem-sucedido. A apresentação foi assistida por 1,9 milhão de visitantes desde sua estreia, em 2022, e segundo relatos, fatura £ 2 milhões por semana.

A Pophouse tem como objetivo adquirir os catálogos de música de bandas antigas e revitalizar o interesse nelas de maneiras imaginativas. Além do ‘ABBA Voyage’, a empresa criou um museu do ABBA em Estocolmo (SE) em 2013 e abriu o Avicii Experience, também em Estocolmo, em 2022, mesmo ano em que adquiriu uma participação de 75% no catálogo de música do falecido DJ.

Onde esses avatares aparecerão a seguir e como serão monetizados ainda é um mistério. A Pophouse contratou Thierry Coup, ex-diretor criativo da Universal Destinations & Experiences, para se tornar o diretor criativo do show de avatares do KISS. Trabalhando com os membros da banda e a ILM, o KISS pode aparecer em uma performance ao vivo, nos metaversos de Roblox ou Fortnite, ou em tudo isso.

Agora, os fãs aguardam para ver como a imortalização digital do KISS se desdobrará. Com avatares capazes de percorrer diferentes plataformas, a banda promete permanecer relevante na era digital e explorar novas fronteiras do entretenimento.

* Com informações da BBC e Fast Company | Foto de capa: Getty Images

 

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