Maior produtora de mídia do Brasil, a Globo Comunicação e Participações (GCP) vai encerrar o ano com receita em alta, dinheiro em caixa e planos para aumentar os investimentos em 2022. De acordo com dados preliminares, o faturamento total terá um crescimento de 17% a 19% neste ano, em comparação com 2020, com aumento nas duas fontes básicas de recursos. Na publicidade, principal fonte de receita e que tradicionalmente responde por 60% dos negócios, o aumento ficará entre 22% e 24%.
Por sua vez, a receita de conteúdo, responsável pelos 40% restantes, crescerá 8%. De acordo com informações do Valor Econômico, as previsões estão de acordo com os resultados do terceiro trimestre, quando a receita líquida somou R$ 3,7 bilhões (crescimento de 19%), e de nove meses, que anotou R$ 10,1 bilhões (aumento de 18%).
“São números maiúsculos que denotam a confiança em nosso conteúdo tanto da parte dos anunciantes quanto dos consumidores”, afirma Manuel Belmar, diretor-geral de finanças da Globo.
O crescimento da receita com publicidade se deve ao retorno das campanhas de marketing, que ficaram represadas por causa da crise sanitária. No entanto, o resultado também reflete o esforço da Globo para apresentar novos modelos comerciais.
“Trata-se de um conjunto de facilidades. Estamos buscando um relacionamento cada vez mais próximo com o cliente para entender suas necessidades e transformá-las em soluções de negócio.”
Recentemente, a Globo lançou os formatos Globo Ads, que facilita a compra de espaço publicitário por agências e anunciantes; o Globo Sim, para pequenas e médias empresas anunciarem nas afiliadas da rede; e Globo Impacto, que aplica critérios de mensuração usados na internet a campanhas de TV aberta.
De acordo com Belmar, na área de conteúdo o destaque é o Globoplay. Entre setembro de 2020 e 2021, a receita do Globoplay aumentou 70%, com crescimento de 27% no número de assinantes. A plataforma de streaming está no centro da estratégia D2C, ou “direct to consumer”, adotada pela empresa para falar diretamente com o consumidor.
“O mundo digital traz a possibilidade de o consumidor assinar e cancelar serviços facilmente. Por isso, o conteúdo tem de ser relevante”, diz ele.
O plano da Globo para 2022 é reforçar a produção de conteúdo nacional, com aumento de 50% no investimento na comparação com 2021. “Vamos trazer novas histórias que os brasileiros gostam de ver e que a Globo sabe contar”, diz Manuel Belmar. A Globo também vai continuar investindo em tecnologia. “Estamos em fase de planejamento, mas já dá para adiantar que vamos investir mais em conteúdo”. Em março deste ano, a Globo divulgou o balanço de 2020 e informou ter destinado R$ 4,5 bilhões à criação de conteúdo e mais de R$ 1 bilhão à área de tecnologia.