Você provavelmente já viu amigos usando o aplicativo Lensa AI para criar desenhos coloridos e personalizados de si mesmos como fadas etéreas ou astronautas severos. Prisma Labs, a empresa por trás do Lensa, se tornou viral em 2016 com um aplicativo semelhante (embora de muito menos sucesso) que transformava fotos de smartphones em pinturas.
O lançamento do recurso “avatares mágicos” da Lensa é um sucesso global para a empresa. Avanços recentes em inteligência artificial generativa permitem que o aplicativo produza resultados mais impressionantes e variados do que seu antecessor. De acordo com estimativas preliminares fornecidas pela Sensor Tower , mais de 4 milhões de pessoas em todo o mundo baixaram o aplicativo durante os primeiros cinco dias de dezembro. Nesse mesmo período, os usuários gastaram mais de US$ 8 milhões no aplicativo.
No entanto , as fotos de perfil geradas por IA sempre levantaram questões sobre um tema muito importante: a privacidade digital. Se você está curioso para saber se é uma boa ideia usar o Lensa, aqui está o que você deve considerar antes de gastar dinheiro e enviar suas selfies.Leia sempre a Política de Privacidade
Leia sempre os termos de Política de Privacidade de um aplicativo
Antes de começar a usar o app do momento, reserve um minuto para navegar pela política de privacidade e pelos termos de uso para entender melhor o que o aplicativo faz com seus dados. “Temos que estar sempre atentos quando nossos dados biométricos estão sendo usados para qualquer finalidade. Este é um dado sensível. Devemos ser extremamente cautelosos com a forma como esses dados estão sendo usados”, diz David Leslie , diretor de ética e pesquisa de inovação responsável do Alan Turing Institute e professor da Queen Mary University of London.
Andrey Usoltsev, CEO e cofundador da Prisma Labs, afirmou que a empresa está trabalhando para atualizar a política de privacidade em um e-mail para a WIRED. Ele diz:
“O Lensa usa uma cópia do modelo Stable Diffusion e o ensina a reconhecer o rosto nas imagens carregadas em cada caso particular. Isso significa que existe um modelo separado para cada usuário individual”, escreve Usoltsev. “As fotos do usuário são excluídas de nossos servidores assim que os avatares são gerados. Os servidores estão localizados nos EUA.”
As implicações de segurança além de suas fotos importadas
Embora seja impossível saber exatamente como uma empresa está usando e armazenando seus dados sem uma avaliação independente, essa afirmação é um movimento na direção certa. Com isso em mente, no entanto, os uploads são apenas uma pequena parte da equação maior.As implicações de segurança além de suas fotos carregadas
Ainda que a biometria possa ser sua preocupação inicial, também é crucial entender quantos dados adicionais são coletados automaticamente de seu smartphone. A Lensa pode usar análises de terceiros, informações de arquivos de log, identificadores de dispositivos e informações de usuários registrados para coletar dados sobre você. Vá para a seção 3 da política de privacidade para verificá-la em detalhes.
Qualquer usuário pode cancelar a coleta de dados entrando em contato com a empresa em [email protected]. Se você usa um dispositivo iOS, tem a opção de desativar acessando suas configurações de privacidade. Para ser justo, não é apenas o Lensa: todos os aplicativos do seu telefone provavelmente estão coletando mais dados do que você imagina. Vale lembrar que mesmo que você decida confiar seus dados pessoais à Lensa, é bem possível que os dados mudem de mãos se a empresa for adquirida no futuro.
Não importe fotos de crianças ou nudez
Vai contra os termos de uso inserir imagens de crianças ou nudez para gerar imagens no Lensa. Mas mesmo que você não insira os famosos “nudes”, as mulheres podem receber resultados hipersexuais; “o aplicativo não apenas gera nus, mas também atribui características caricaturais sexualizadas, como poses sensuais e seios gigantescos, às suas imagens. Eu, por exemplo, recebi vários resultados totalmente nus, apesar de enviar apenas fotos na cabeça”, escreve Olivia Snow para o site internacional WIRED. O aplicativo gerou imagens perturbadoras quando Snow carregou suas fotos de infância, transformando o que seriam lembranças estilizadas em imagens desumanas.
Esteja preparado para resultados estranhos ou ofensivos
Não são apenas dedos engraçados e segundas cabeças, você também pode receber resultados racistas ou sexistas ao interagir com IA generativa. “A Internet está repleta de imagens que levarão os geradores de imagens de IA a tópicos que podem não ser os mais confortáveis, sejam imagens sexualmente explícitas ou imagens que possam mudar os retratos de IA das pessoas para caricaturas raciais”, diz Grant Fergusson, um Membro da Justice Works.
Considere o impacto para artistas reais que as imagens geradas por IA no aplicativo estão tendo
Algumas pessoas estão adotando o potencial da IA generativa para produzir resultados no mínimo interessantes. Outras pessoas, no entanto, estão muito mais hesitantes sobre as possíveis repercussões da tecnologia. “A comercialização desses geradores de imagens terá um impacto na capacidade dos artistas de se sustentarem a longo prazo”, diz Leslie.
O Instagram e o Twitter estão cheios de artistas que trabalham em uma variedade de estilos que você nunca conseguiria com a IA generativa, e muitos deles estão ansiosos por encomendas. Por uma taxa nominal, você pode obter algo verdadeiramente único e pessoal. Você pode até perguntar no centro de arte da comunidade e apoiar um artista local.Tente excluir o aplicativo depois.
Tente excluir o aplicativo depois
Digamos que você considerou tudo acima e ainda decidiu gastar alguns dólares para obter um pacote de “avatares mágicos”. Depois de salvar as criações coloridas, confira os recursos de edição de fotos e vídeos no Lensa. Isso é algo que você deseja usar com frequência ou é apenas outro aplicativo que coleta poeira digital em seu smartphone? Caso não vá utilizar muitas vezes o aplicativo, desinstala-lo do seu celular pode ser uma boa ideia.
Essa matéria usou como principal fonte a escrita por Reece Rogers para o site WIRED.
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