Já faz tempo que o Oscar está devendo uma estatueta para Bradley Cooper. Sinceramente, acho que ele deveria ter levado com ‘Nasce uma estrela’. Mas, não deu. E agora, neste ano, ele vai ter que enfrentar Cillian Murphy (‘Oppenheimer’). Sinceramente, acho que nem há como comparar. Em ‘Maestro’, Bradley é Leonard Bernstein. É também diretor, corroterista e produtor do filme. É um triunfo! Maestro estreou nos cinemas nesta quinta-feira (7).
Para quem não conhece Leonard Bernstein, além de maestro, ele também foi um grande compositor. É coautor de ‘Amor Sublime Amor’, por exemplo. Ficou famoso na direção da Filarmônica de Nova York, e ainda apresentou célebres concertos para jovens na televisão (Young People’s Concerts), entre 1954 e 1989. Foi uma das figuras mais influentes na história da música clássica americana, e foi inspirador das carreiras de uma geração de novos músicos. Além de mostrar os destaques de sua carreira, o filme se concentra principalmente em seu tumultuado casamento de 25 anos com Felicia Montealegre (vivida de maneira maravilhosa por Carey Mulligan).
O que achei?
O filme começa com o momento que muda a vida de Leonard. Quando ele é convidado a assumir a Filarmônica de Nova York. A partir daí, você já consegue sentir que o filme será marcado pela exuberância. Não apenas do ponto de vista cinematográfico, com uma câmera ágil e um cenário grandioso. Mas, especialmente por querer mostrar como Leonard era uma dessas personalidades que o cinema gosta de denominar como “maior do que a vida”. Além de um gênio da música (e sabia disso), Leonard tem uma maneira muito peculiar de enxergar sua vida pessoal.
O filme deixa claro que o amor pela esposa é enorme desde o início, mas isso não o impedia de ter seus casos gays. Inclusive trazendo-os para dentro de casa, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Bradley deixa claro que isso era uma coisa muito natural para ele. É uma personalidade fascinante. E a esposa Felicia não fica atrás. Desde o primeiro momento, a partir do momento em que ela vê o personagem de Matt Bomer, o namorado anterior, Carey Mulligan deixa claro que percebe qual é a situação. Mas, mesmo assim, vai em frente. Tanto Leonard quanto Felicia sentem um amor incomensurável um pelo outro.
A admiração
Bradley Cooper, tanto em sua atuação como na direção, demonstra grande admiração por Leonard. Nem a comoção por causa da história do nariz pode manchar isso. Bradley está determinado a todo o custo em fazer com que todos entendam o talento absurdo do biografado. Com isso, apresenta algumas sequências que são divinas. É o caso da imaginação do balé de ‘Um dia em Nova York’, e principalmente, a recriação da cena em que Leonard rege a London Symphony Orchestra em ‘Ressurreição’, de Mahler. Esta leva seis minutos, e Bradley estudou por seis anos (diz a lenda) para conseguir transmitir com apuro aquele momento histórico.
É claro que estas cenas afetam o ritmo do filme. Alguns poderão achar chato. Mas tudo é tão grandioso e poderoso, que é mais uma forma de Bradley demonstrar o talento de Leonard. E, de resto, é tudo perfeito. Seja a mudança de preto e branco para cores, de diferentes proporções de telas. O som, o elenco, a direção de arte, a maquiagem (merecedora de Oscar), tudo é fenomenal. Isso sem falar no som, o que inclusive faz com que assistir o filme no cinema seja ainda mais recomendado.
Assim como ‘Nyad’ e ‘O Assassino’, ‘Maestro’ também vai estrear nos cinemas pouco antes de chegar na Netflix (chega no dia 20 por lá). É uma estratégia interessante. Pessoalmente, prefiro ver tudo na sala escura, tela grande e som envolvente do cinema. Mas seja lá ou no streaming, o filme vale muito a pena.
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* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Adnews
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