Medida Provisória, o primeiro filme dirigido por Lázaro Ramos, estreou nos cinemas em Abril de 2022. A produção conta com grandes nomes no elenco, como Taís Araújo, Seu Jorge, Renata Sorrah, Adriana Esteves e Alfred Enoch, que atuou como Dino Thomas na sequência de filmes Harry Potter e Wes Gibbins na série How to Get Away With Murder.
O filme, que se passa no Brasil, representa um futuro distópico, e retrata o governo impondo uma lei que decide mandar todos os descendentes africanos que vivem no país “de volta” para a África. Essa decisão, logicamente, acaba gerando uma enorme revolta nos pretos que residem no país. A luta contra o racismo representada de forma brilhante, e que traz uma mensagem mais que indispensável para o mundo inteiro, trazendo uma crítica tanto política como social de uma forma que prende o telespectador, tornando a obra o tipo de filme que todo mundo deveria assistir.
A trilha sonora do filme traz Elza Soares, Baco Exu do Blues, Rincon Sapiência, Liniker, Agnes Nunes e Xênia França, com letras e melodias de arrepiar. Uma homenagem mais que merecida para Elza.
Em uma participação no Podcast do Podpah, Alfred comenta o quão importante foi atuar nesta produção, não só como ator mas também como pessoa, e ainda diz como foi bom poder se reconectar com suas origens. Ele ainda fala sobre o quão grato é por Lázaro ter apostado tudo nele, pois segundo o ator anglo-brasileiro, nem ele próprio teria apostado. Enoch atua pela primeira vez em um filme brasileiro, onde o papel por ele representado é o de um homem brasileiro e que fala português. Nascido em Londres e tendo como primeiro papel da vida um estudante de Hogwarts, em Harry Potter, sua filmografia antes de Medida Provisória contava com obras como filmes ingleses e séries americanas.
Medida Provisória retrata um Brasil que não se reconhece (e que, ao mesmo tempo, termina por se reconhecer). Um Brasil do passado, do presente e do futuro ao mesmo tempo. Uma fotografia forte e linda. Um final que te deixa com vontade de sair correndo e falar pra todos os conhecidos que este filme não deixa nada a desejar (porque, de fato, não deixa).
O filme possui algumas indicações para melhor diretor, melhor ator (Alfred Enoch), melhor atriz (Taís Araújo) e melhor filme, e, com certeza, não é para menos. Luta, resistência, manifesto pela liberdade. E tudo isso junto acaba por trazer uma reflexão linda, imprescindível. Brilhante! Vale toda a pena.
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