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“Deus é mulher/ Deus há de ser/ Deus há de entender/ Deus há de querer”, nos versos de “Deus há de ser”, música interpretada por uma das maiores artistas vivas no Brasil, a grande Elza Soares canta que Deus há de ser mulher.

Na música, na arte e na vida, as mulheres vêm reivindicando cada vez mais espaço na sociedade, vozes que não querem mais se calar. Um movimento forte, mas que ainda precisa crescer, o que se torna mais visível quando observamos as estatísticas.

No Dia Internacional da Mulher, a União Brasileira de Compositores (UBC) lança a 4ª edição do relatório Por Elas Que Fazem a Música, um levantamento da participação da mulher na música, tendo como referência a base de dados da UBC, entidade responsável por 56% da distribuição de direitos autorais no país. O estudo já está disponível no site da UBC.

“Mulheres são destaque no setor musical. Um setor que já foi muito masculino. É muito importante que a UBC nos traga a real participação delas na música. Grandes estrelas femininas impressionam por seus feitos em número de público e alcance das suas obras. Fico extremamente feliz e motivada com os acontecimentos”, afirma Paula Lima, diretora da UBC.

Desde a elaboração da primeira edição do relatório, em 2018, o crescimento do número de mulheres associadas à organização foi de 68%. Segundo o estudo, elas compõem apenas 15% do quadro de mais de 40 mil associados da UBC, no entanto, representaram 17% de todos os titulares que se filiaram em 2020.

O estudo aponta que as associadas têm, em sua maioria, entre 18 a 40 anos, sendo 64% do Sudeste, 14% do Nordeste, 9% do Sul, 8% do Centro Oeste e 2% do Norte.

O objetivo maior, tanto do relatório quanto dos debates que promovemos, é levantar uma discussão sobre a disparidade tão grande entre homens e mulheres. Queremos incentivar as mulheres a realizarem mais trocas, olhando para o passado e refletindo sobre o futuro. O quadro avança devagar, como esperado, mas já podemos notar melhoras nos números em relação às últimas edições da pesquisa”comenta Vanessa Schütt, responsável pela Comunicação da associação.

Resultados do estudo – ‘Por Elas Que Fazem a música’

Comparando com 2019, houve um aumento de 12% no cadastro de obras feitas por autoras e versionistas. Já em relação aos fonogramas, o cadastro com participação de intérpretes femininas aumentou 9%, de músicas executantes cresceu 8% e de produtoras fonográficas, 21%.

Mesmo com esse crescimento da participação feminina, o valor recebido por mulheres no Brasil em 2020 continua representando 9% do total, ou seja, a cada 100 reais distribuídos, o valor destinado a elas é de apenas 9 reais.

Já sobre o valor arrecadado no exterior, dentre os 100 titulares com maior rendimento, 12 são mulheres.

De todas as pessoas que acessaram as principais páginas e notícias do site da UBC, 42% foram mulheres, o que revela a busca por informação e aprendizado do público feminino.

Veja o relatório completo em: https://ubc.vc/porelas2021

Homenagens acontecem durante todo o mês nas redes sociais da UBC

Na semana do Dia da Mulher, a UBC promoveu lives em seu Instagram, trazendo nomes e assuntos relevantes para o debate sobre a atuação das mulheres no mercado musical.

A jornalista Fabiane Pereira, apresentadora do ‘Papo de Música’, programa de entrevistas com cantores brasileiros no YouTube, recebeu as artistas Marina Lima, Juliana Linhares, Julia Mestre, Kell Smith e Paula Lima.

Durante o mês, a UBC também exibirá depoimentos inéditos de cantoras em suas redes sociais. Serão mais de 30 vídeos, de nomes como Sandra de Sá, Emanuelle Araújo e Isabel Fillardis.

“Papo sério, estava aqui pensando em Chiquinha Gonzaga. Muita coisa que rola hoje, pra geral, homens e mulheres, veio da ‘cachola’ e do coração de Chiquinha Gonzaga. Penso também em Dolores Duran, Maysa, Elza Soares, Ademilde Fonseca, Lana Bittencourt, Adriana Calcanhoto, Zélia Duncan, Rita Lee, eu (risos), Marília Mendonça… Ô mulherada! Imagina se eu fosse falar de todas?”, declara Sandra de Sá, exaltando vozes femininas de várias gerações.

Já Emanuelle Araújo fala do machismo que as mulheres ainda têm que enfrentar na área: “Tenho 30 anos na música e já passei por várias situações estranhas dentro desse universo estruturalmente machista, principalmente sobre a minha voz, sobre o que eu penso, o que eu defendo”.

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