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YouTube se uniu a diversos artistas renomados, como John Legend, Sia, Charlie Puth, Demi Lovato, T-Pain, Charli XCX, Troye Sivan, Alec Benjamin e Papoose, com o objetivo de criar modelos gerados por inteligência artificial de suas vozes para serem utilizados em vídeos de criadores do site.

A plataforma de vídeos do Google está utilizando um modelo de geração de música criado pelo DeepMind, setor de IA da empresa, para produzir clipes teste de 30 segundos.

Ao simplesmente digitar uma ideia na caixa de criação e selecionar um artista participante que aparece no carrossel, uma trilha sonora original do Shorts, apresentando a voz gerada por IA, será produzida para o criador usar em seu vídeo curto”, compartilharam os executivos Lyor Cohen e Toni Reid, do YouTube.

O YouTube comentou que o Dream Track, nome da ferramenta, está disponível somente para um pequeno grupo de 100 criadores de conteúdo dos Estados Unidos. Contudo, os usuários do Shorts poderão usar e remixar a faixa por conta própria assim que ela aparecer.

Para mostrar o funcionamento, a plataforma publicou, de maneira privada, dois vídeos ilustrativos. Um mostra a IA gerando a voz de Charlie Puth, após ser solicitada para cantar uma música sobre como os opostos se atraem. O segundo vídeo conta com a voz do rapper T-Pain, cantando sobre uma manhã ensolarada na Flórida.

Em um post conjunto com o perfil oficial do YouTube no Instagram, Charlie Puth comentou que “a inteligência artificial está se desenvolvendo rapidamente, e como um artista, devo fazer a minha parte em moldar o futuro da tecnologia de forma que beneficie meus companheiros artistas, criadores e o mais importante, vocês, meus fãs”. Confira abaixo um dos vídeos, na íntegra.

 

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E as inovações não param por aí. Além da voz, o Dream Track também produz a letra e o instrumental da música! A plataforma também pretende implementar uma ferramenta que converta um murmúrio de uma batida em um solo de guitarra, ou até mesmo transformar uma música pop em reggaeton.

Apesar de ser uma revolução tecnológica, o experimento da Dream Track cresce à medida que artistas e gravadoras lutam contra o uso da inteligência artificial. Esse esforço ficou evidente com o lançamento da música Heart On My Sleeve, com vocais feitos por IA simulando as vozes de Drake e Abel ‘The Weeknd’ Tesfaye, sem a permissão dos artistas ou da gravadora, a Universal Music Group.

“O treinamento de IA generativa usando a música de nossos artistas (o que representa tanto uma violação de nossos acordos quanto uma violação da lei de direitos autorais), bem como a disponibilidade de conteúdo infrator criado com IA generativa em DSPs (provedores de serviços digitais), levanta a questão de qual lado da história todas as partes interessadas no ecossistema musical querem estar: do lado dos artistas, fãs e expressão criativa humana, ou do lado de falsificações profundas, fraudes e negar aos artistas sua devida compensação”, disse um porta-voz da Universal.

Além da Universal, outras gravadoras estão entrando com processos contra a empresa AI Anthropic devido ao uso de letras extremamente semelhantes às de músicas de Katy Perry e Gloria Gaynor. As gravadoras alegam que não se trata de uma inovação, mas sim de plágio.

Em meio a essa polêmica, o chefe de áudio da Stability AI, Ed Newton-Rex, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (15) em um gesto de protesto contra o apoio da empresa ao argumento de “uso justo” de obras protegidas por direitos autorais para treinar modelos de IA, mas sem remunerar os detentores desses direitos.

“Não vejo como isso pode ser aceitável em uma sociedade que criou a economia das artes criativas de tal forma que os criadores dependem dos direitos autorais”, comentou Newton-Rex em sua conta oficial no X, antigo Twitter.

Apesar disso, ele compartilhou que estava orgulhoso de ter lançado o modelo gerador de música baseado em dados licenciados, gerando um clima de dúvida nessa questão.

* Com informações do The Guardian

 

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