Somente no ano passado, quase 1,8 milhão de clientes cancelaram o serviço de TV por assinatura, fazendo com que o mercado atingisse o mesmo patamar de outubro de 2012, com cerca de 15 milhões de clientes. Já em abril deste ano, como um reflexo da grave recessão econômica provocada pela pandemia, houve quase 30 mil desligamentos. E agora, como o segmento pode se reinventar?
A televisão se tornará obsoleta?
É preciso entender que, sem dúvidas, a pandemia teve um forte impacto na renda de muitas famílias. Muitas pessoas tiveram seus salários reduzidos ou mesmo perderam seus empregos. A incerteza do que pode acontecer nos próximos meses também leva todos a reverem gastos e cortarem custos. No entanto, é preciso levar em consideração a mudança na forma das pessoas consumirem entretenimento e se manterem informadas.
Além de serviços de baixo custo via streaming, hoje disponíveis a um custo relativamente baixo, ainda mais se comparado ao preço de pacotes de canais por assinatura, a internet também ganhou mais espaço no dia a dia das pessoas. Some-se isso à falta de tempo e cansaço de muitos profissionais que estão trabalhando dobrado nesses tempos de pandemia. As pessoas buscam cada vez mais comodidade e liberdade de consumirem conteúdo da forma mais conveniente.
Para a população mais jovem, principalmente, a televisão já se tornou apenas um aparelho de projeção de outros serviços que ela quer acessar, como o Spotify, a Netflix, o YouTube ou um aparelho de videogame. Penso que é justamente aí que os pequenos produtores de conteúdo têm sucesso. Eles conseguiram enxergar um público que estava insatisfeito com as opções de entretenimento e captaram essa audiência sem ter que mobilizar a estrutura de uma rede de televisão.