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O órgão de fiscalização da concorrência do Reino Unido afirma que a oferta revisada da Microsoft para comprar a Activision Blizzard “abre a porta” para que o acordo seja fechado. Mas, ainda não foi?

Em julho deste ano, noticiamos, com informações da BBC, que a novela sobre a compra da fabricante de Call of Duty estava prestes a ter um final feliz, mas ainda havia uma oferta para bloquear a fusão no Reino Unido sob apelação. Na ocasião, a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), que inicialmente havia freado a aquisição, disse que passaria seis semanas analisando as submissões “detalhadas e complexas” da Microsoft.

Na devolutiva, o órgão constatou que o acordo atualizado parece abordar as preocupações levantadas. De acordo com a nova proposta, a Microsoft não comprará os direitos de jogos em nuvem de propriedade da Activision Blizzard, concordando em transferir os direitos de transmissão para a editora francesa de videogames Ubisoft por 15 anos. Logo, o streaming na nuvem de jogos como Call of Duty, Overwatch e World of Warcraft não ficará sob o controle da Microsoft.

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (22), a presidente executiva da CMA, Sarah Cardell, disse que “a posição da CMA tem sido consistente o tempo todo, e esta fusão só poderia prosseguir se a concorrência, a inovação e a escolha em jogos em nuvem fossem preservadas”. Mas, uma consulta ainda será aberta antes que a decisão final sobre o negócio seja tomada.

Acordo polêmico

Esta última atualização, provavelmente, será um grande alívio para os chefes da Microsoft e da Activision, que se esforçaram muito e arriscaram reputações para fazer com que este acordo fosse concretizado.

O plano da Microsoft de comprar a Activision Blizzard, a maior aquisição na história da indústria de jogos, foi anunciado originalmente em janeiro do ano passado, mas se revelou controverso e dividiu opiniões entre órgãos reguladores de todo o mundo.

O acordo foi aprovado pelos reguladores da União Europeia em maio, enquanto o órgão regulador da concorrência dos Estados Unidos viu, nos últimos meses, a sua tentativa de suspender a compra rejeitada por um tribunal de recurso. Se a aquisição parecia não ter sucesso no início deste ano, a proximidade do final feliz é uma conquista.

No entanto, em seu último anúncio, Sarah Cardell disse que teria sido muito melhor se a Microsoft tivesse apresentado esta reestruturação durante a investigação original da CMA.

“Este caso ilustra os custos, a incerteza e o atraso que as partes podem incorrer se existir uma opção de solução credível e eficaz, mas não for colocada sobre a mesa no momento certo”, explicou.

A Sony também se opôs originalmente ao acordo, preocupada com a possibilidade da Microsoft impedir que jogos importantes fossem disponibilizados para seu console: o PlayStation.

A CMA disse que, com proteções extras, a mudança significaria que os jogadores teriam a oportunidade de acessar os jogos da Activision de muitas maneiras diferentes, inclusive por meio de serviços de assinatura multijogos baseados em nuvem. E acrescentou que, embora ainda tenha “preocupações residuais limitadas”, o acordo revisto “mantém a distribuição na nuvem destes jogos importantes nas mãos de um forte fornecedor independente, a Ubisoft”.

O acordo encerra o primeiro “caso de teste” para a CMA e revela como as regras de concorrência poderão funcionar no Reino Unido, uma vez que o país ganhou poderes adicionais após o Brexit.

A Microsoft ainda espera que a fusão aumente a demanda por seu console, Xbox, e por seu negócio de assinaturas de jogos.

“Apresentamos soluções que acreditamos que atendam totalmente às preocupações restantes do CMA, relacionadas ao streaming de jogos em nuvem, e continuaremos a trabalhar para obter aprovação para fechar o acordo antes do prazo final de 18 de outubro”, celebra Brad Smith, vice-presidente e presidente da companhia.

A CMA deve tomar uma decisão final sobre a proposta revisada no próximo mês, após o encerramento da consulta em 6 de outubro. Sem a sua aprovação, o acordo não pode avançar globalmente. Enquanto isso, a Activision declarou que a aprovação preliminar foi uma “ótima notícia” para seu futuro com a Microsoft.

“Estamos ansiosos para trabalhar com a Microsoft, para concluir o processo de revisão regulatória”, acrescentou.

Reino Unido sinaliza aprovação da oferta da Microsoft para compra da Activision Blizzard

O acordo proposto inclui grandes franquias, como Call of Duty e Candy Crush. (Foto: Reprodução/Internet)

Nunca esqueça de fechar a torneira…

Serve tanto para o meio ambiente, quanto para a Microsoft. O anúncio ocorre dias depois de um documento não editado, acidentalmente vazado durante a batalha da Microsoft com os reguladores dos EUA, parecer sugerir que a empresa planejava lançar versões atualizadas de seus consoles Xbox Series S e Series X em 2024. Um slide de apresentação incluído no vazamento mostrava planos para um novo console de próxima geração em 2028, embora houvesse poucos detalhes.

O vazamento também incluía um memorando antigo, sugerindo que a Nintendo foi considerada uma compra potencial para a Microsoft, embora isso tivesse sido enviado antes de qualquer oferta surgir pela Activision, e mencionava informações sobre jogos ainda não anunciados, incluindo os remasters de The Elder Scrolls IV: Oblivione Fallout 3, uma nova entrada na franquia Doom chamada Doom Year Zero, Dishonored 3, previsto para 2024, e uma sequência de Ghostwire Tokyo. É importante notar que esses planos podem ter mudado desde a redação do documento.

E na prática?

Pode levar algum tempo para os jogadores perceberem o que tudo isso significa. Mas, com a Microsoft assumindo o controle de uma fatia tão importante do setor de games, os estrategistas de negócios e os fabricantes de jogos da empresa estão ponderando o que podem fazer com o acesso a algumas das maiores franquias.

Embora ainda não tenham sido feitos grandes anúncios sobre os próximos jogos ou atualizações, Gareth Sutcliffe, analista sênior de jogos da Enders Analysis, disse à BBC que o acordo colocou a Microsoft em uma “posição única”.

“Em última análise, trata-se de cobrir todos os jogos imagináveis ​​​​com uma assinatura. A Microsoft agora pode cobrir todas as plataformas diferentes: móveis, consoles e PC. É tudo uma questão de transferência de conhecimento [da equipe da Activision]”, acrescentou.

* Com informações da BBC

 

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