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Por Simone Cyrineu, CEO e fundadora da thanks for sharing

Nos últimos 20 anos, o mercado de produção de vídeos passou por algumas transformações: o avanço tecnológico dos equipamentos profissionais e investimento necessário para ter uma estrutura qualificada, a internet e melhoria da capacidade de tráfego de dados ao longo dos tempos, a bolha das empresas ponto com, o boom das redes sociais e o mais recente e talvez impactante de todos: um ano pandêmico.

Ao longo dessas transformações, a cultura e investimento por parte de uma empresa em comunicação em vídeo também viveu diferentes momentos, o que nos permitiu entender o comportamento do mercado com um índice que costumo chamar de maturidade audiovisual dos nossos clientes.

Dentro de um contexto corporativo, me refiro às produções de vídeos que passam principalmente por duas frentes: a comunicação interna por diferentes canais dos clientes e a comunicação externa que pode ser entendida como marketing, mas não só.

Nesse universo, estamos falando de uma infinidade de tipos de conteúdos em vídeo que são produzidos por diferentes áreas: treinamento, onboarding, eventos, vídeo de segurança, depoimentos, cases, institucional, tutoriais, EAD, séries, TV Corporativa, produtos, publicidade digital, performance e outros tantos tipos já existentes ou ainda a serem inventados. 

Essa maturidade audiovisual das companhias pode ser entendida pelo quociente entre: quantidade de vídeos produzidos X áreas que produzem. Este índice, desenvolvido pela thanks for sharing pode ser aplicado a uma empresa ou a uma área específica. Quanto mais áreas fazem sua comunicação em vídeo em alto volume de produção, maior a maturidade audiovisual da companhia. 

Até pouco tempo atrás a alta produção de vídeos estava restrita às grandes empresas e multinacionais que tinham capacidade não só de investimento, mas também para escoar essa produção, ou seja, possuíam capacidade tecnológica para exibir e divulgar esses vídeos seja pela intranet, TV corporativa ou também em anúncios e canais digitais externos.

E assim podíamos ter um mapeamento claro do mercado: desde a empresa que não fazia nenhum tipo de vídeo, aquelas que faziam de 2 a 3 vídeos ao ano até as empresas que desativaram alguma sala de reunião para transformar em seu próprio estúdio de gravação.  

Esse era o mercado audiovisual até chegarmos no ano pandêmico de 2020 que mudou a regra do jogo para todas as empresas, sem exceções e você sabe disso. 

Ninguém poderia prever o que vivemos, nem mesmo a Cisco que em sua pesquisa VNI – Visual Network Index de 2018 sinalizou que 82% do tráfego da internet em 2020 seria vídeo. Eu apostaria que, dado à pandemia, esse número subiu para 90%, mas vamos aguardar o novo resultado para saber o que vem por aí com essa mudança de comportamento.

Nós não poderíamos imaginar o quanto o uso do vídeo seria ressignificado não só pelas empresas, mas também no nosso dia a dia pessoal. E é justamente isso que faz do vídeo a ferramenta mais estratégica e poderosa que tivemos acesso em 2020. 

Do lado pessoal, em nossas casas, foi justamente o vídeo online ou as chamadas de vídeo que nos ajudou não só a estar perto, mas também presente com muitos de nossos familiares e amigos. Ver e ouvir alguém, ainda que por meio de uma tela nos permite compartilhar o tempo presente, ver detalhes de expressões, respirações, nuances e tom de voz. Sou capaz de apostar que você participou pelo menos de um aniversário online.

Nunca será a mesma coisa do que uma presença física real, mas diante das outras opções disponíveis de comunicação com texto ou somente áudio, vídeo com certeza é a que aquece melhor nossos corações. E isso por si só já gerou diversas mudanças de comportamento nas pessoas, desde os mais adeptos e nativos digitais até a turma mais analógica.

E o que acontece em nossa vida pessoal, acontece no ambiente profissional – e vice-versa. A grande diferença neste caso é que para as empresas, ficar de fora do ambiente digital poderia significar não sobreviver a uma pandemia, e é aí que o vídeo mais uma vez entrou em campo, ou melhor, em cena. 

Primeiro, foram as chamadas de vídeo as responsáveis para manter os times unidos e as operações das empresas funcionando em suas trocas, não foi uma adaptação fácil em um primeiro momento, passamos até por um uso excessivo dessas conexões, mas após quase um ano desse novo modo de trabalhar, acredito que as empresas estão conseguindo finalmente encontrar um equilíbrio saudável para essa relação. 

Depois foi a vez do RH e comunicação interna, com tanto contexto empresarial novo e dinâmicas diferentes de contratação, treinamento, onboarding e até a segurança com as informações importantes sobre saúde e cuidados de prevenção, essa comunicação toda, que ganhou muita relevância nos contextos corporativos não tinha outra saída para chegar em cada casa de cada time em home office de maneira mais assertiva senão por meio de vídeos. 

Existe uma pesquisa da Syndacast que afirma que 52% dos profissionais de marketing do mundo apontam o vídeo como o tipo de conteúdo com o melhor ROI. E foi exatamente quando marketing e vendas entenderam que todo e qualquer público alvo estava conectado em alguma tela que todas as empresas, desde as que tinham zero cultura e maturidade audiovisual até as que já produziam em volume, viram no vídeo uma forma de manterem suas marcas vivas. E assim, o vídeo protagonizou diversos tipos de produção: desde um vídeo institucional apresentando a empresa, vendas explicando um produto ou serviço, performance para gerar leads e tráfego e até as já cansadas lives nas redes sociais. 

Um ponto importante aqui é que esse é um movimento que dificilmente volte ao estágio anterior de maturidade, uma vez percebido os resultados do uso do vídeo as empresas vão cada vez mais direcionar verba para esse tipo de ferramenta estratégica de comunicação, o que já dá sinais de tendências para 2021.

Do lado de cá, de quem produz, se faz necessário compreender que a partir do momento em que as empresas aumentam o volume de produção de vídeo, essas produções passam a ser cada vez mais efêmeras – ainda que estratégicas, ou seja, um vídeo que entrego finalizado hoje vai ser usado em média por 3 semanas pelos nossos clientes, depois já se faz necessário um novo conteúdo. Isso muda a lógica de produção que precisa entregar uma solução de qualidade, com velocidade de entrega e com investimento coerente não só ao volume, mas a quantidade de vezes e período em que o vídeo será utilizado. 

Diz a pesquisa da Forrester Research que um minuto de vídeo vale mais que 1,8 milhão de palavras. Certamente em 2020 valeu muito mais, valeu o abraço que não tivemos traduzido em um sorriso virtual, valeu o diploma que você conseguiu obter após incontáveis horas de aulas em vídeo online, valeu os brindes virtuais, valeu a reunião que conseguiu gerar empatia no vídeo e fechar a venda que garantiu sua meta do mês, valeu o feedback que evoluiu sua carreira e valeu o desafio que nos tirou do lugar comum, nos obrigou a reinventarmo-nos e assim, seguirmos atentos e fortes para mais um ano que vem por aí. 

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