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Esta será uma semana difícil para quem trabalhar na Record. De acordo com o colunista Daniel Castro, do Notícias da TV, os principais executivos da emissora foram avisados, na semana passada, de que deverão fazer cortes em suas equipes, com forte impacto nos orçamentos. Todas as áreas serão afetadas, inclusive afiliadas, mas principalmente o Jornalismo, onde estão os maiores salários.

O ‘passaralho’, como são popularmente chamadas as demissões jornalísticas em massa, é uma resposta ao mau momento pelo qual passa a emissora, com queda nas vendas de publicidade e aumento nos custos de produção. No ano passado, a Record registrou um prejuízo de R$ 517 milhões, um recorde histórico.

O mercado de mídia como um todo passa pela pior crise dos últimos oito anos, e as emissoras de televisão têm sido as mais prejudicadas, perdendo anunciantes para multinacionais que investem apenas em tecnologia e exploram a produção de conteúdo de terceiros. Nas últimas semanas, Band e Gazeta também passaram por fortes ajustes internos.

A Record já fez cortes pontuais ao longo do primeiro semestre, como o do apresentador Geraldo Luís, que tinha contrato até setembro deste ano. Nas últimas semanas, ocorreram várias demissões na área de Jornalismo, no Rio de Janeiro. Dos novos desligamentos, somente a área de Teledramaturgia será poupada, porque já foi totalmente terceirizada e está sob o controle da Igreja Universal do Reino de Deus.

Qual foi o motivo do prejuízo?

Conforme antecipou o jornalista Sandro Nascimento, do NaTelinha, a Record registrou um prejuízo de mais de meio bilhão de reais em 2022, depois de três anos de lucros consecutivos (2019, 2020 e 2021). A maior parte do prejuízo, no entanto, não foi causado por ela, mas pelo Banco Digimais (ex-Renner), que passou a ser controlado pelo bispo Edir Macedo, dono da Record, em 2020.

No ano passado, o Digimais teve um prejuízo de R$ 323 milhões. Como a Record é controladora do banco, absorve esse resultado em seu balanço. Sem o desempenho negativo do Digimais e de outras empresas controladas pela Record, o prejuízo da emissora seria de “apenas” R$ 188 milhões.

O balanço da Record mostra que a emissora aumentou suas receitas com publicidade em apenas R$ 6 milhões em 2022 (de R$ 2,008 bilhões para R$ 2,014 bilhões). Mas, os custos com operações, produções, vendas e administração, mais a equivalência financeira (ou seja, os prejuízos do Digimais e outras empresas controladas) subiram 39%, de R$ 1,842 bilhão para R$ 2,568 bilhões.

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