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Hoje é dia de rock, bebê! ???????? Nesta quinta-feira (13) comemoramos o Dia Mundial do Rock, e é claro que o Adnews não poderia deixar essa data passar em branco. Por isso, batemos um papo com o jornalista, diretor e curador artístico Sérgio Martins, que possui mais de 30 anos de experiência no cenário musical e integra o time de retomada da revista Billboard Brasil, como editor e responsável por cuidar da publicação impressa, de matérias e entrevistas exclusivas.

Com o compromisso de trazer o melhor conteúdo sobre música para o público brasileiro, a revista retorna ao país depois de quatro anos e dará espaço a todos os estilos musicais, sem distinção. Mas, como o nosso assunto aqui é rock, perguntamos ao jornalista sobre o panorama atual do gênero, que vem perdendo espaço nas paradas de sucesso.

Relembrando a época de ouro do rock nacional, nos anos 80, Martins descreve com entusiasmo sua relação com as guitarras e baterias de Plebe Rude, RPM, Legião Urbana, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso e Titãs.

Baixa popularidade do rock pode ser consequência de erro de estratégia

“Em 1985, chegou às bancas a revista Bizz, onde eu também trabalhei posteriormente. A Bizz captou a urgência em atender o público jovem e teve como benefício a chegada do Plano Cruzado, uma das inúmeras tentativas de equilibrar a economia do país. Na época, eu tinha 19 anos e algum dinheiro para comprar a revista e os discos”, recorda o jornalista.

O rock dos anos 80 se perpetuou até os anos 90 com uma pegada mais pop, mas ainda muito marcante. Porém, o gênero começou a sumir do topo das paradas de sucesso em todo o mundo desde meados dos anos 2000, especialmente do Brasil. O jornalista atribui a baixa popularidade do rock no cenário musical brasileiro a um erro de estratégia das próprias bandas.

“Se você prestar atenção, na década de 80 não existia MTV. Existiam programas populares de auditório, como Chacrinha, Bolinha, Barros de Alencar e Raul Gil. As bandas iam a esses programas divulgar suas músicas. Com o surgimento da MTV, os músicos do rock deixaram de frequentar a TV aberta por entenderem que o público que acompanha programas de auditório não era o deles. Com isso, o único canal de divulgação que restou a eles foi a MTV, que também nunca teve uma grande audiência, tanto por pertencer à TV fechada quanto por veicular um conteúdo bastante segmentado”, explica.

Outro problema apontado pelo jornalista é o fato do rock se repelir ao invés de agregar, fazendo com que o gênero perdesse a capacidade de se conectar com o público. Esse movimento não acontece nos estilos musicais populares da atualidade, como o funk, o sertanejo e o piseiro.

“O sertanejo, por exemplo, não faz isso. Dudu Borges (compositor, multi-instrumentista e diretor musical também conhecido pelo nome artístico ‘Analaga’) abrange outros ritmos. Aquele “oh oh oh” da música ‘Fugidinha’, do Michel Teló, é inspirado em ‘Viva La Vida’ do Coldplay. O jovem atual não tem preconceitos. Se, num dia, ele está no show do Liam Gallagher (ex-vocalista da banda Oasis), no outro, ele está na balada do Wesley Safadão”, ressalta Martins.

Fundada em 1894, a Billboard é a publicação mais respeitada e influente do universo musical no mundo. E dentro desse contexto totalmente plural, a revista retorna para trazer aos leitores notícias atualizadas, insights profundos e análises abrangentes sobre a cena musical brasileira. Para isso, concluiu nesta semana a formação de um timaço de profissionais, do qual Martins foi a primeira aquisição.

“É um trabalho que está sendo feito com muito carinho e com essa visão sem distinção. Todos os gêneros serão respeitados e terão espaço, contanto que a gente tenha uma grande história para contar sobre eles”, finaliza.

Baixa popularidade do rock pode ser consequência de erro de estratégia
Sérgio Martins ao lado dos sócios Marcus Buaiz e Fátima Pissarra. (Foto: Divulgação/Mynd)

* Com supervisão de Jéssica Bitencourt

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