A participação de Juliette Freire no Big Brother Brasil 21, em que saiu vencedora, alcançou um patamar de envolvimento do público nunca antes visto na história do reality show. Não à toa, o carisma da paraibana segue conquistando e movimentando as redes sociais, mesmo após dois meses do fim do programa. Com mais de 30 milhões de seguidores somente no Instagram, a agora influenciadora digital supera em resultados na plataforma o jogador de futebol Neymar, craque do Paris Saint-German e maior astro internacional brasileiro na atualidade. É o que mostra o sistema de análise de dados INFLR, startup especializada em marketing de influência, que avaliou o engajamento das duas estrelas entre os usuários da rede social.
O levantamento considera os números registrados até o dia 15 de julho. Nele, Juliette apresentou resultado de 8.94% (3,4 milhões) no Índice de Engajamento INFLR, que analisa a interação dos seguidores com as publicações, seja com curtidas, comentários ou compartilhamentos. Enquanto Neymar, que tem mais de 153 milhões de seguidores, teve 1.24% (1,9 milhão) de engajamento na primeira quinzena deste mês.
Para explicar esse resultado, Thiago Cavalcante, sócio e diretor da INFLR, destaca que por trás de influenciador digital há sempre uma equipe ou agência de marketing com estratégias e ferramentas próprias que impactam diretamente o alcance de um post, principalmente nos casos de campanhas publicitárias. “Evidentemente que a Juliette é hoje uma celebridade consolidada, e isso tem muito peso. Mas ao mesmo tempo, Neymar também é, sendo há alguns anos um dos principais atletas do mundo. A diferença é que o jogador não tem as redes sociais como principal atividade, ao contrário da Juliette, que está no auge do “hype” e conta com uma equipe empenhada somente tornar seu perfil mais atrativo às marcas parceiras”, afirma.
Seguidores x Resultado
Do ponto de vista mercadológico, o Índice de Engajamento INFLR serve de alerta tanto para empresas que desejam anunciar nos perfis quanto para os influenciadores digitais que almejam se tornar relevantes no meio. Isso porque a comparação dos números de Juliette e Neymar escancara uma realidade que muitos ainda não sabem sobre as redes sociais: grande quantidade de seguidores, seja na casa dos milhares ou milhões, não garante o resultado.
De acordo com Thiago Cavalcante, sem uma estratégia bem direcionada e coesa, as parcerias no Instagram podem não trazer o resultado esperado. “É justamente o contrário, o padrão das redes sociais é de que um post chegue a apenas cerca de 5% dos seguidores de quem publica, não importa o tamanho do perfil. Isso, para empresa que contrata esperando uma exposição gigante e não a tem, é um prejuízo enorme. Por isso é importante essa análise detalhada”, explica.
Com esses números, o modelo INFLR consegue, por exemplo, falar com até 100% dos seguidores de cada influenciador, garantir multisegmentação e entregar estratégias de remarketing. Tais diferenciais provocaram o forte crescimento dos negócios da empresa, cujo faturamento vai atingir R$ 100 milhões este ano, somente com os clientes atuais. Triplicando suas receitas a cada ano, a startup, acelerada pelas marcas, BNDES, Porto Seguro e BTG Pactual, marcas que além de serem clientes da INFLR tem seus executivos como mentores da startup, faturou R$ 33,1 milhões ano passado.
“Não dá para falarmos que o engajamento do Neymar é ruim, afinal, ele tem em média 1,9 milhão de likes por post e representa bastante enquanto figura pública. Mas para quem possui mais de 153 milhões de seguidores, quase 5 vezes mais que a Juliette, que alcança quase 3 milhões e meio de curtidas em cada publicação, acaba sendo uma discrepância considerável”, avalia o sócio da INFLR, apontando que comparativo entre os dois é um retrato de como os algoritmos das redes sociais atuam de acordo com os mecanismos aplicados.
Segundo ele, vários fatores contribuem para que os influenciadores digitais sejam considerados obrigatórios nas estratégias de publicidade online em pouco tempo. Cavalcante afirma que benefícios como o custo reduzido das campanhas e a assertividade junto ao público-alvo, por exemplo, são nítidos. “Ao trabalharem com influenciadores, as marcas têm a oportunidade de investir menos recursos e conseguirem falar diretamente com quem realmente se interessa por seus produtos e serviços”, garante.