Atualmente, no Brasil o esporte entre as mulheres ainda não é tão popular quanto em relação aos homens, devido principalmente a estereótipos e preconceitos. Segundo dados do IBGE, 68% das mulheres no Brasil nunca praticaram esporte, enquanto em relação a esportes femininos, a porcentagem cai para apenas 15%.
Sendo assim, é fundamental que diferentes grupos da sociedade contribuam para a mudança desses números. Desde instituições públicas e privadas, até ONGs, devem realizar ações para a inclusão das mulheres no esporte.
Tendo isso em vista, para celebrar o dia da mulher, a PUMA lançou a campanha #SheMovesUs, em que a marca ressaltou a importância das mulheres no esportes e anunciou ações que serão realizadas ao longo do 2021. Porém essa não foi a primeira ação da PUMA voltada para o público feminino no esporte.
Nos últimos anos, a marca se tornou referência no Brasil pelo incentivo ao futebol feminino. Esse reconhecimento, vem logo após a marca reforçar sua parceria com o Palmeiras, ao patrocinar tanto o time masculino de futebol, quanto o feminino.
Além disso, PUMA tem investido cada vez mais em linhas femininas nacionais. Sendo que, além da conhecida PUMA Cali, a marca ainda lançou os packs Dark Dreams e Provoke.
A fim de explicar com detalhes a campanha She Move Us, a redação do Adnews entrevistou Rubia Dalla Pria, coordenadora de relações públicas e marketing da PUMA:
Serão lançadas novas linhas exclusivas femininas, como por exemplo a PUMA Cali, ainda esse ano?
Sim! A plataforma SHE MOVES US contempla alguns lançamentos de produtos exclusivos e totalmente inéditos, com grandes embaixadoras da PUMA globais e brasileiras à frente, como também o que chamamos de “Story Packs”, que é uma coleção temática que traz uma releitura de modelos clássicos da PUMA. Ontem (10/3), por exemplo, lançamos o pack DARK DREAMS que segue esse exemplo ao trazer uma edição única e limitada do PUMA Suede, PUMA Rider e PUMA Hedra. Além disso, agora temos uma nova loja online especializada, com conteúdos exclusivos, para garantir uma comunicação diferenciada com as mulheres.
Atualmente, a marca pretende patrocinar outros times femininos (ou jogadoras individuais), além do Palmeiras?
A PUMA já têm contratos com algumas jogadoras brasileiras, como é o caso da Ludmila Silva (Atlético de Madrid), Tamires Britto (Corinthians) e Rafaelle Leone (Changchun yayai da China). Além delas, há conversas com outros nomes acontecendo. No caso do Palmeiras, temos um contrato de exclusividade com o time, portanto não estamos estudando outras equipes no momento. Acho importante contar que quando surgiu a ideia de patrocínio individual às jogadoras do Palmeiras, construímos esse modelo em parceria com os dirigentes do clube. Nosso objetivo com o projeto é apoiar a atleta, independente da performance ou na posição onde joga, enquanto jogadora do Palmeiras, e garantir melhores condições a elas. Nossa surpresa foi ver que das 27 jogadoras do elenco de 2020, apenas 3 tinham contratos com outras marcas, o que é uma realidade totalmente diferente do futebol masculino. Como eu disse, é um modelo novo que ainda estamos desenvolvendo para continuar e crescendo.
Ainda sobre clubes de futebol, tendo em vista a ação realizada com a equipe do Taboão da Serra, em que houve doação de material esportivo, como a marca pode contribuir para melhorar a estrutura do futebol feminino nacional?
Não há dúvidas que mudanças estruturais precisam ser feitas para que haja uma evolução ainda maior nas modalidades femininas e a PUMA está nesse processo de evolução também. Por isso, posso afirmar que na PUMA acreditamos que a mudança para o incentivo ao esporte feminino, inclusive no futebol, deve vir da base.
Uma das nossas iniciativas global por meio da plataforma SHE MOVES US é a recém anunciada parceria com o Woman Win, uma instituição global e atuante aqui no Brasil que capacita garotas e mulheres através do esporte. Através de projetos apoiados, o Women Win chegará a mais 1 milhão de meninas e mulheres no mundo todo até o final de 2023. Além disso, recentemente trabalhamos na ação em parceria com o Guaraná Antartica para apoiar à instituição Meninas em Campo, que dá oportunidade para mais de 100 meninas entre 9 e 17 anos.
Gostaria que comentasse sobre a importância de uma mulher inspirar outras mulheres no futebol, visto que muitas meninas se inspiram, principalmente, na Marta.
Em várias conversas que temos com atletas profissionais ou meninas que simplesmente sentem empatia pelo futebol, fica claro que a inspiração é um sentimento muito forte. Quando a gente pensa que a prática de esportes entre mulheres no Brasil chegou a ser proibida entre 1941 e 1983, basicamente nossas mães e avós, fica mais “fácil” entender porque ainda temos muitos olhares preconceituosos e poucas oportunidades de inserção no esporte. As mulheres que, como a Marta, estão ajudando a mudar isso, são extremamente inspiradoras principalmente pela força que precisam ter para quebrar barreiras e mostrar que todas as mulheres podem praticar não só futebol, mas a modalidade esportiva que quiser, ou até além disso, terem a profissão que quiserem. Ainda precisamos falar muito disso como sociedade, governo e empresas.
Na PUMA dizemos que todos que querem jogar, devem ter a oportunidade de jogar. É por isso que dar às meninas e mulheres acesso ao esporte pode criar oportunidades para que elas se juntem, tenham voz e sejam ativas – no esporte e em suas comunidades – podendo criar sociedades mais igualitárias. Além disso, o objetivo principal da nossa campanha #SheMovesUs é ajudar nessa quebra de barreira e unir as mulheres, apoiando-as e incentivando-as.
Como vai funcionar a rede global que a Puma pretende criar com essa ação?
Temos duas frentes aqui: a parte social que está sendo constituída junto à Women Win globalmente, e dará oportunidade de prática esportiva à milhares de garotas em diversos países, inclusive no Brasil, e nossa força como marca por meio das nossas embaixadoras e atletas, que podem se tornar essa fonte de inspiração para jovens mulheres também. Não estamos falando apenas de esporte de alta performance e futuras competidoras, mas, principalmente, de uma mudança de qualidade de vida, bem-estar, saúde. São essas assuntos que queremos abordar com a ajuda de todas as mulheres da PUMA levantando suas vozes por meio de diversas ações para reforçar seus valores na música, arte, esporte, moda etc.
Essa e outras ações da Puma mostram um posicionamento muito forte da marca em relação ao empoderamento feminino. Mas e dentro da empresa? Como a marca executa esse compromisso de dar voz as mulheres internamente?
Desde que começamos a planejar nosso novo posicionamento com mulheres no Brasil, há dois anos, começamos já a fazer um trabalho interno de reestruturação e desenvolvimento de lideranças femininas, para chegar no quadro que temos hoje: 50% dos cargos de liderança da PUMA Brasil são ocupados por mulheres. Reconhecemos que há muitas coisas a melhorar. A pandemia atrapalhou um pouco nossos planos já que estamos todos trabalhando remotamente desde março de 2020, mas posso dizer que há o comprometimento e intenção de trabalhar mais ativamente em treinamentos, planos de carreira e desenvolvimento pessoal. Isso é muito importante para validar ainda mais nossa posição no Brasil como a marca esportiva favorita das mulheres.