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Se você costuma usar o Twitter e acha que não conseguiria substituí-lo por nenhuma outra rede social, pode rever seus conceitos agora mesmo. O Threads, nova rede social da Meta, chegou oficialmente nesta quinta-feira (6) às lojas de aplicativo para ser o rival mais linha dura que o Twitter já teve (e está cumprindo muito bem o seu papel, já vamos adiantar).

O Adnews testou a ferramenta nas primeiras 24h e chegou para te contar as percepções da nossa equipe.

O Threads é um clone do Twitter. Até os ícones de curtida e compartilhamento são idênticos! Isso sem falar no feed, o que não é de se estranhar. Não é a primeira vez que Mark Zuckerberg “copia” modelos já existentes no mercado: o Reels do Instagram, por exemplo, é idêntico ao TikTok.

A facilidade de encontrar pessoas e criar um perfil, pelo fato da nova rede social ser atrelada ao Instagram, é também um ponto de destaque. Dos 2 bilhões de pessoas que utilizam o app de compartilhamento de fotos, 30 milhões já correram para experimentar o rival “amigável” do Twitter, de acordo com o próprio Zuckerberg. Nossa equipe concorda com essa informação pela quantidade de perfis de celebridades, influenciadores e empresas que já movimentam a timeline do recém-lançado Threads.

Testamos o Threads: nova rede social da Meta supera Twitter em usabilidade
Aplicativo é semelhante ao Twitter, mas apresenta melhor usabilidade. (Foto: Divulgação/Meta)

Tem x não tem

O novo app permite que os usuários escrevam até 500 caracteres, contra os 280 do Twitter, e postem vídeos de até cinco minutos, além de imagens estáticas e dinâmicas (os famosos gifs). No entanto, ainda falta uma aba com as hashtags dos temas que estão bombando no momento (além da própria liberação para uso de hashtags, o que não encontramos até o momento) e uma opção de fazer postagens tanto pelo Threads quanto pelo Instagram, mas apostamos que essa funcionalidade deva chegar em breve, porque a Meta é especialista em conectar todas as suas plataformas. Apesar disso, o usuário pode escolher se quer manter o perfil privado no Threads independentemente da escolha feito no Instagram, e também pode alterar todas as informações da bio, sem necessariamente importar os dados do app de fotos.

Na lista de recursos que o Tio Zuck deixou para trás, por enquanto, vamos incluir também uma versão para pc da rede social, que é somente mobile até o momento, e uma função para envio de mensagens diretas, as famosas DMs.

Além disso, não há a opção de excluir a conta do Threads sem apagar a do Instagram, mas a Meta já declarou que está trabalhando nisso. Por enquanto, há apenas a opção de desativar o perfil. Dessa informação, a gente duvida um pouco, mas é importante deixar claro que a conectividade entre as plataformas e a independência de cada uma delas são fatores igualmente importantes para os usuários, na nossa opinião. Cada pessoa ou empresa deve ter liberdade de escolha na usabilidade das redes sociais.

Por falar em empresas, apostamos também na criação de contas profissionais dentro do Threads, com funcionalidades específicas, tal como já acontece no Instagram, privilegiando o trabalho das empresas. Será que vem aí mesmo? Estamos de olho!

Celebs que já estão por lá

Em poucas horas de funcionamento, o lançamento da Meta já conseguiu atrair personalidades como Shakira e Gordon Ramsay. No Brasil, o youtuber e empresário Felipe Neto foi um dos primeiros a criar sua conta no app, assim como o perfil brasileiro oficial da Netflix, que adotou uma estratégia bem semelhante à usada no app rival. E detalhe: com o selo de verificação 100% gratuito importado do Instagram! No Twitter, esse recurso passou a ser pago após decisão de Elon Musk.

Testamos o Threads: nova rede social da Meta supera Twitter em usabilidade

Já tem até celeb comemorando número de seguidores! Nas primeiras 12h de Threads e com apenas seis postagens realizadas, a maioria com fotos pessoais, a cantora Anitta já havia alcançado 1 milhão de fãs na plataforma. Hoje, ela mira os 2 milhões, contando atualmente com 1,7M de seguidores.

Outros famosos já “milionários” em número de seguidores o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho (1,8M), os influenciadores Virgínia Fonseca (1,6M), Luva de Pedreiro (1,1M) e Carlinhos Maia (1M), o DJ Alok (1M) e a apresentadora Maísa (1M).

E o Musk nessa história?

Em 2019, bem antes de adquirir a rede social, o homem mais rico do mundo declarou, em sua conta própria no Twitter, que “odeia publicidade”, mas comprou uma empresa que depende dela. Sim, contraditório. E por isso, ao adquirir a plataforma pela bagatela de US$ 44 bilhões, ela tem ido de mal a pior.

Primeiro, o herdeiro bilionário acabou com a moderação no Twitter, dando voz a discursos nazistas e racistas, e por consequência, afastando investidores que não queriam ter suas marcas ligadas à disseminação de preconceito. Não satisfeito, Elon Musk resolveu que seria engraçado responder aos e-mails da imprensa de todo o mundo com um simpático emoji de cocô, por meio de mensagens automáticas. 

Agora, na tentativa de, segundo ele, impedir o roubo de dados por startups que desejam ensinar seus softwares de inteligência artificial, Musk limitou os usuários gratuitos da plataforma à visualização de 1 mil tweets diários, e os usuários pagos, com contas verificadas, à 10 mil tweets, criando mais uma insatisfação em sua rede e gerando um momento totalmente oportuno para o lançamento do Threads pela Meta. Na briga entre os gigantes da tecnologia, Mark Zuckerberg mostrou que realmente sabe se reinventar e fazer negócios.

Mas, claramente, essa investida não vai sair barata para o Tio Zuck. Na manhã desta sexta-feira (6), Musk declarou que “competição é bom, trapaça não” e afirmou estar considerando uma ação legal contra a Meta, sob a alegação de que ex-funcionários do Twitter ajudaram a criar o Threads. Uma das realidades enfrentadas pela rede social do passarinho é a onda de demissões, seja por parte da plataforma, que fez cortes em sua força de trabalho, ou por parte dos colaboradores insatisfeitos que estão pedindo as contas. A Meta negou essa informação em uma carta legal.

Segundo informações obtidas pelo BBC, o Twitter levou quatro anos para conseguir o mesmo número de usuários que o Threads ganhou em um dia, embora tenha construído sua base de usuários do zero, enquanto o Threads foi capaz de explorar os 2 bilhões de usuários pré-existentes no Instagram. Porém, os 30 milhões de usuários existentes na nova rede social até o momento representam menos de um décimo dos estimados 350 milhões de usuários que o Twitter possui atualmente.

Sobre este assunto, a CEO do Twitter e substituta de Musk, Linda Yaccarino, disse que a plataforma é muitas vezes imitada, mas que “sua comunidade nunca poderá ser duplicada”. Na outra face da mesma moeda, Zuckerberg afirma que levará algum tempo para que o Threads alcance o Twitter em número de usuários, mas que “deveria haver um aplicativo de conversas públicas com mais de 1 bilhão de pessoas”, em clara provocação ao concorrente.

Já estamos ansiosos pelos próximos capítulos dessa novela. Enquanto isso, segue a gente lá no Threads também!

* Com colaboração e supervisão de Jéssica Bitencourt

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