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No relatório Clima de Desinformação, a Ação Contra Desinformação Climática avaliou as redes sociais no que diz respeito ao combate à desinformação sobre as mudanças climáticas. Entre as principais plataformas, a pior avaliada foi o X, anteriormente conhecido como Twitter, que cumpriu apenas um ponto do total de 21.

O grupo responsável pelo relatório, composto por dezenas de organizações internacionais de combate à desinformação e mudanças climáticas, como o Greenpeace e o Friends of the Earth, pontuou que a tecnologia e as redes sociais são cúmplices na elevada disseminação do negacionismo sobre as mudanças climáticas. Entre os tópicos, estão desde a falta de definições claras de informações climáticas até a falta de transparência na aplicação de políticas.

De acordo com o relatório, um dos fatores que indicam a classificação do X foi a aquisição da rede social pelo bilionário Elon Musk, o que criou uma incerteza sobre quais políticas permaneceram em vigor na plataforma, tendo em vista que ele esvaziou as capacidades de moderação. Porém, o YouTube também reverteu sua política para permitir a negação das eleições americanas, enquanto o Instagram permitiu que o ativista anti-vacina Robert F. Kennedy Jr. voltasse à sua plataforma, fazendo com que estas e outras plataformas também não recebessem classificações altas. A maior pontuação ficou para o Pinterest, que obteve 12 pontos na avaliação.

Segundo o documento, nenhuma das empresas compartilha como suas mudanças algorítmicas afetam a desinformação sobre a questão ambiental. O relatório incentiva as empresas a estabelecerem diretrizes claras sobre o clima e a atualizarem suas políticas de privacidade para abordarem questões de vendas de dados privados a anunciantes ligados à indústria de combustíveis fósseis.

Após o relatório, a União Europeia emitiu um aviso à Musk para cumprir as novas leis sobre notícias falsas e propaganda russa. Além disso, a proporção da desinformação foi analisada em um novo relatório que revelou a escala de notícias falsas nas redes sociais em toda a União Europeia. O novo documento, de 200 páginas, discute os esforços das principais plataformas de tecnologia no primeiro semestre de 2023 para cumprir as leis de combate à desinformação.

A Meta, o Google, o TikTok e a Microsoft aderiram ao código de prática elaborado pela UE para garantir que pudessem se preparar a tempo de operar dentro dos limites das novas Leis de Serviços Digitais, mas a rede social de Musk abandonou o código. Porém, a plataforma é obrigada, pela nova lei, a cumprir as regras, sob pena de ser proibido em toda a UE.

Elon Musk sabe que não está livre de obrigações ao deixar o código de prática. Há obrigações sob a lei rigorosa. Então, minha mensagem para o Twitter/X é que vocês têm que cumprir. Estaremos observando o que vocês fazem”, disse Vera Jourová, comissária europeia responsável pela implementação do novo código contra a desinformação.

Após a implementação das novas medidas, as empresas passaram a remover contas e conteúdos falsos e estão expandindo parcerias de verificação de fatos para cobrir mais idiomas na UE. Outro fator observado foi que 37% dos usuários pararam de compartilhar fake news após serem notificados, indicando que os consumidores valorizam a rotulagem de desinformação.

A Microsoft, dona do LinkedIn, impediu a criação de 6,7 milhões de contas falsas e removeu 24 mil conteúdos falsos. Já o YouTube, do Google, informou à UE que removeu mais de 400 canais envolvidos em operações de influência coordenada ligadas à Internet Research Agency, patrocinada pelo estado russo. O TikTok removeu quase 6 milhões de contas falsas e 410 anúncios não verificáveis.

O Google removeu a publicidade de quase 300 sites ligados à portais de propaganda financiados pelo estado russo e  rejeitou mais de 140 mil anunciantes políticos por falha nos processos de verificação de identidade”, e a Meta expandiu sua verificação de fatos para 26 parceiros que cobrem 22 idiomas na UE, incluindo agora tcheco e eslovaco.

Entretanto, em relação ao X, o relatório destacou que os “atores de desinformaçãotêm mais seguidores do que aqueles não envolvidos, principalmente sobre temas como guerra na Ucrânia, discurso de ódio direcionado à migração, às comunidades LGBTQIAPN+ e a crise climática.

Acho que uma das vantagens da desinformação é que ela é previsível, tornando mais fácil para os verificadores de fatos encontrarem”, declarou a comissária.

* Com informações do The Guardian

 

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