Essa é para quebrar o mito do bilionário inteligente. O herdeiro Elon Musk, cuja família explorava minas de esmeralda na África do Sul, e que já declarou em 2019 que odeia publicidade, mas comprou uma empresa que depende dela, vê a receita do Twitter cair quase 50% em meio à ascensão do Threads, segundo ele mesmo declarou.
Musk demitiu cerca de metade dos 7,5 mil funcionários do Twitter quando assumiu em 2022, em um esforço para reduzir custos. Enquanto isso, o aplicativo rival, Threads, agora tem 150 milhões de usuários, de acordo com estimativas. Sua conexão embutida com o Instagram fornece automaticamente à plataforma da Meta o acesso a um potencial de dois bilhões de usuários.
O Twitter está lutando com uma pesada carga de dívidas. O fluxo de caixa continua negativo, declarou Musk no fim de semana, embora o bilionário não tenha definido um prazo para a queda de 50% na receita publicitária.
“Precisamos alcançar um fluxo de caixa positivo antes de nos darmos ao luxo de qualquer outra coisa”, disse o bilionário em um tweet.
Lucy Coutts, diretora de Investimentos da JM Finn, contou ao programa Today, da BBC, que achava que Musk seria capaz de mudar o Twitter, “mas vai demorar mais”.
“Infelizmente, ele tem uma dívida de US$ 13 bilhões para pagar até o final de julho, então podemos ver mais pressão sobre as ações da Tesla se ele tiver que vender mais de sua participação na empresa”, afirmou.
Musk também é o presidente executivo e acionista majoritário da montadora de carros elétricos Tesla, que divulgará seus últimos resultados financeiros trimestrais nesta quarta-feira (19).
Depois de demitir milhares de funcionários e reduzir as contas de serviços em nuvem, Musk disse que o Twitter estava a caminho de registrar US$ 3 bilhões (£ 2,29 bilhões) em receita em 2023, abaixo dos US$ 5,1 bilhões em 2021. Este é o sinal mais recente de que as medidas agressivas de corte de custos não foram suficientes para provocar o retorno dos anunciantes, que fugiram após mudanças em nas regras de moderação de conteúdo da plataforma.
No entanto, Meghana Dhar, ex-chefe de parcerias da Snap e da Meta, dona do app rival do Twitter, disse que a empresa estava passando por dificuldades antes da compra de Musk.
“Elon e o Twitter estão em uma posição francamente difícil agora. Para ser justo com Elon, porém, vemos esse declínio na receita do Twitter desde antes da compra da rede social. Houve uma espécie de declínio constante”, declarou Meghana também ao programa Today, da BBC.
Linda Yaccarino, ex-chefe de publicidade da NBCUniversal, assumiu o cargo de executiva-chefe do Twitter em junho, uma medida que sugere que as vendas de publicidade ainda são uma prioridade para a empresa.
A executiva disse que o Twitter planeja se concentrar em parcerias de vídeo, criadores e comércio. Há indícios de que a rede social está em negociações iniciais com figuras políticas e de entretenimento, serviços de pagamentos e editores de notícias e mídia.
Tá sabendo?
Desde que Elon Musk comprou o Twitter por US$ 44 bilhões, a plataforma tem ido de mau a pior. Por ser favorável à liberdade de expressão irrestrita, o excêntrico bilionário acabou com a moderação na rede, dando voz a discursos de ódio e afastando anunciantes que não queriam ter seus nomes vinculados a uma rede social que permite opiniões preconceituosas sem o menor pudor.
Além dessa, Musk coleciona outras pataquadas no comando da empresa, como a limitação da visualização de tweets para usuários não assinantes e as respostas automáticas com emoji de cocô.
* Com informações da BBC
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